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Polí­tica

Foto: Divulgação

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Na sessão solene em homenagem ao Dia do Professor, comemorado nesta terça-feira, 15, a deputada federal Dorinha Seabra Rezende (Democratas/TO) usou a tribuna da Câmara dos Deputados para falar da luta da categoria em busca de valorização.

A parlamentar citou as greves dos educadores em vários lugares como Rio de Janeiro, Goiás e Pará reivindicando melhores salários e condições de trabalho. “A Câmara dos Deputados, todos os anos, realiza esta sessão solene com a melhor das intenções, mas o dia a dia da educação pública brasileira mostra a situação degradante e vergonhosa que a nossa categoria passa”, afirmou.

Segundo a deputada, a educação está de luto. “A cada dia que passa a nossa profissão, que antigamente era tão respeitada, perde o seu valor”, disse. Dorinha citou os últimos dados do PNADE que mostrou que a procura por cursos de licenciatura cresce em um ritmo muito lento no Brasil: o aumento do interesse na área entre 2011 e 2012 foi de apenas 0,8%.

Segundo o estudo Atratividade da carreira docente no Brasil, publicado em 2009 pela Fundação Carlos Chagas, o momento atual é de jovens, com embasamento bastante sólido, fugindo da função de mestre. A percepção dos alunos é a de que o professor é um profissional relevante, que serve de modelo ou exemplo a ser seguido, atua como formador de opinião e possui valor social, mas é um profissional desvalorizado e desrespeitado por alunos, sociedade e governos. De todos os participantes, 63% sequer consideraram a hipótese de seguir a carreira docente, entre os 9% que escolheram disciplinas específicas do ensino fundamental II ou do ensino médio para a sua formação universitária, 52% declararam ter pensado em ser docentes e 39% querem ser professores. Nas escolas públicas, a diferença entre os que pensaram e os que querem a carreira é de 53% para 37%, enquanto nas particulares, há apenas uma variação de 51% para 50%.

Segundo o relatório final da pesquisa, os jovens que pensaram em ser professores e desistiram apontam a baixa remuneração como o fator decisivo para a escolha. Alguns alunos acreditam até que a profissão de docente está fadada ao desaparecimento. “A pesquisa mostra o óbvio. Essa redução é reflexo da falta de incentivo aos profissionais da educação”.

Em seu discurso, Professora Dorinha lembrou que, nas manifestações desse ano, a palavra mais sinalizada foi educação, dando visibilidade à função do professor. “Mas o poder público ainda está indo na contramão do que reivindicaram os milhões de brasileiros que saíram às ruas em diversos municípios desse Brasil. Apesar de algumas sinalizações de mudança, como a aprovação do projeto que destina 75% dos royalties do petróleo para a Educação, ainda há muito a ser feito para que a educação pública dê o salto de qualidade que precisa e que os professores recebam a valorização que merecem”.

A deputada apontou, ainda que, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que, de 47 profissões de nível superior, os Professores estão em 46º lugar em se tratando da questão salarial.

A média salarial no Brasil na rede municipal é de R$ 2 mil por mês. Na estadual, R$ 2,6 mil. Em países como a Coreia do Sul, bastante conhecido pelo tratamento que dá à educação pública e valorização docente, o salário chega a R$ 8 mil mensais. Nos Estados Unidos, R$ 10 mil.

Professora Dorinha destacou que, até hoje, a cada um real gasto com a educação pública brasileira, a União investe apenas 20 centavos. O resto é dividido entre estados e municípios.

Ainda de acordo com a deputada, a atratividade da carreira só será possível com mudanças estruturais que ofereçam ao professor um salário inicial atraente, a valorização social da profissão e melhores condições de trabalho.

“Peço a vocês que não desistam. Continuem lutando! Eu, como professora que sou, também estou com vocês nessa batalha em defesa da valorização do educador brasileiro, de um ensino público decente, e de um futuro mais otimista para a nossa população”, finalizou.