O Movimento dos Trabalhadores sem Terra – MST encaminhou nota em resposta à manifestação do Incra sobre a ocupação da sede do órgão pelas famílias do Acampamento Carlos Marighella em Araguatins. O Movimento comenta a alegação do órgão para a falta de recursos para realização de vistoria da Fazenda Madureira. “O recurso estava na conta do Instituto, mas foi recolhido por entenderem que a vistoria da área não era prioridade”, alega o Movimento.
Os líderes do Movimento deixam claro ainda que não vão sair do local sem um compromisso público do Superintendente do órgão. “Informamos que vamos resistir, nossa pauta de reivindicações não envolve os recursos que o Incra alega. Só queremos a presença do superintendente para que renove seu compromisso publicamente com os sem-terra. Estamos massificando a ocupação, repudiamos a intolerância dessa instituição e não nos amedrontaremos com ameaça de reintegração de posse”, informou o MST.
Veja a íntegra da nota:
Nota do MST – Ocupação do Incra em Araguatins
Foi com muita preocupação que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) recebeu a manifestação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) sobre a ocupação da unidade do órgão no município de Araguatins. Em nota publicada pelo Instituto, o órgão assume publicamente sua inoperância frente à sociedade e a milhares de famílias tocantinenses que aguardam por serem assentados.
A sede do Incra em Araguatins foi ocupada nesta terça-feira, 3, pelas famílias do Acampamento Carlos Marighella, localizado a 15 km do município, que aguardam há sete meses que o Instituto cumpra seu compromisso de vistoriar três fazendas da região para que possa efetivar o assentamento dos acampados.
O Incra alega falta de recursos para vistoria da Fazenda Madureira. Porém, o recurso estava na conta do Instituto, mas foi recolhido por entenderem que a vistoria da área não era prioridade.
O órgão também tenta transferir para o MST a responsabilidade por ter deixado de vistoriar as Fazendas Santa Helena e Santa Rosa, alegando que o Movimento dos Sem-Terra não cumpriu os requisitos de pré-qualificação dos imóveis. Essa solicitação é uma previa vistoria, portanto, deve ser recolhida às coordenadas da área por GPS e feita uma pré analise do imóvel. O MST não tem autoridade para adentrar em imóveis improdutivos guardados por pistoleiros. Essa tarefa é do Incra, que tem autoridade judicial para tal, tendo em vista que em outros momentos o próprio Instituto já realizou.
Informamos que vamos resistir, nossa pauta de reivindicações não envolve os recursos que o Incra alega. Só queremos a presença do superintendente para que renove seu compromisso publicamente com os sem-terra. Estamos massificando a ocupação, repudiamos a intolerância dessa instituição e não nos amedrontaremos com ameaça de reintegração de posse.