Com a chegada do verão e a volta da época de chuvas, o risco de contágio da
dengue aumenta. A dengue é uma doença viral transmitida principalmente pela
picada da fêmea do mosquito aedes aegypti. Quando infectada, a vítima pode
sentir uma série de sintomas como febre, dor de cabeça, tonturas e cansaço.
A maneira mais eficaz de prevenir a doença é impedir o ciclo de reprodução do
mosquito transmissor. O inseto coloca ovos apenas em acúmulos de água limpa,
por isso é tão frequente em épocas de chuva. Muitos materiais podem se tornar
propícios para o desenvolvimento das larvas do mosquito como pneus velhos,
caixas d’água, garrafas, calhas entupidas e vasos de plantas.
Sabendo disso, a funcionária pública Vânia Freitas Alencar, moradora da região
norte da capital, conta que nunca deixa o quintal sujo e que a preocupação com
a limpeza do espaço é constante. “Eu saio procurando tudo o que puder juntar
água. Sacos, copos descartáveis, latas, nada fica, já que nesse período de
chuva pode juntar água”, conta.
Também preocupada com o período chuvoso e lembrando que quatro pessoas da
família já tiveram a doença, a dona de casa Vera Almeida lembra que prefere não
usar pratos nos vasos de plantas. “Às vezes a gente pode esquecer de derramar a
água e o mosquito aparece, por isso prefiro deixar elas suspensas. Além disso,
as garrafas são sempre guardadas com a boca para baixo. Tenho muito medo dessa
doença, por isso tenho todo cuidado”, destaca.
Sabendo disso, o governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde
(Sesau), tem reforçado aos municípios que intensifiquem as ações de
prevenção e controle da doença. De acordo com a gerente de Dengue e
Febre Amarela da Sesau, Christiane Bueno, é necessário que os municípios
desenvolvam ações em parceria com os órgãos públicos, privados e sociedade
civil no sentido de reduzir a incidência do mosquito e,
consequentemente, a transmissão da doença. “Temos que ter ciência que o
controle do mosquito e as ações educativas são de responsabilidade de todos, do
poder público e da população”, reforça a gerente.
Christiane ainda acrescenta que a organização da rede de assistência ao
paciente é outro ponto importante e para isso os municípios devem preparar os
profissionais de saúde para a detecção precoce dos casos suspeitos de dengue.
De acordo com a Gerência de Dengue e Febre Amarela da Sesau, em 2013 foram
notificados 20.730 casos suspeitos de dengue, enquanto em 2012 foram
registrados 25.692, o que representa uma redução de 19%. Ainda de acordo
com o monitoramento realizado pela Sesau, no ano passado, foram confirmados 20
casos graves da doença e quatro óbitos.
O mosquito
Parecido com um pernilongo comum, com corpo escuro rajado de branco a fêmea do
mosquito da dengue vive em média 40 dias e pode colocar cerca de 450 ovos em
qualquer época do ano, todos em condições de resistir por mais de um ano à
espera de água.
Além disso, ao se tornar adulta, a fêmea pode voar à distância de até 100
metros de seu criadouro, com capacidade de contaminar uma média de 300 pessoas.
A disseminação da doença acontece principalmente no verão e até o mês de maio,
quando há maior incidência de chuvas.
Dicas de prevenção
Para evitar a proliferação da dengue é importante ter cuidado especial no
armazenamento e destinação do lixo, jamais descartar o lixo ou qualquer outro
material que possa acumular água no quintal de casa, no quintal de vizinhos, na
rua ou em lotes vagos; manter a caixa d’água sempre limpa e totalmente
tampada; manter as calhas livres de entupimentos para evitar represamento
de água.
Além disso, é importante eliminar os pratinhos de vasos de plantas ou mantê-los
limpos e escovados pelo menos três vezes ao dia;manter limpos e escovados os
bebedouros de animais domésticos; manter piscinas sempre em uso e devidamente
tratadas; ter atenção especial ao sair de férias para que esses cuidados
estejam garantidos na ausência do morador.
Caso se perceba a manifestação de qualquer sintoma de dengue, a pessoa deve
procurar imediatamente o posto de saúde mais próximo.