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Estado

Foto: Divulgação

Mais de 250 famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra- MST, após mais de três anos de espera aguardando os desdobramentos do processo de desapropriação da fazenda Dom Augusto, localizada a 25 Km de Palmas, ocuparam neste sábado, 07 de junho de 2014 a área novamente.

Segundo o movimento, na época em que a fazenda foi ocupada (abril de 2011), sabia-se que a área tinha mais de 3 mil hectares, da qual o suposto proprietário, Alcides Rebeschini, apresentou um documento do Itertins, somente de 1.200 hectares, no qual a justiça se baseou e expediu mandato de reintegração de posse em favor do fazendeiro.

A partir dessa ação do MST em conjunto com o MAB, o Incra iniciou um processo de desapropriação da fazenda Dom Augusto, enquanto isso, os Sem Terra, instalaram acampamento às margens da TO-050 denominado de Sebastião Bezerra.

Segundo o Incra, após três anos do processo em tramitação e análise, chegou-se a conclusão de que a fazenda Dom Augusto não tem documento que justifique o domínio legal da área. Então, para o MST, o fato do suposto proprietário não dado conta de apresentar documentos que sustente domínio da área, configura-se "apropriação indevida, uma verdadeira grilagem de terras públicas da União e do governo do Estado do Tocantins", segundo o movimento.

Atualmente circulam informações/comentários na região de que a fazenda Dom Augusto pertence a outras pessoas. Entretanto, o movimento sustenta que a situação parece tratar-se de um processo de transferência contraditório e questionável. Para o movimento, uma terra sem documento não pode ser vendida.

Neste sentido, o MST afirma que esta ação, visa chamar a atenção das diversas esferas, instancias e segmentos do poder publico para resolverem o problema do acampamento Sebastião Bezerra. "O movimento entende que não é justo ter tanta terra nesta situação e as famílias permanecerem tanto tempo acampado à beira da estrada. O movimento vai a luta até às ultimas consequências para conquistar esta terra bem como outras áreas que estiverem com problema semelhante a este da fazenda Dom Augusto", segundo o movimento.

Histórico

Em abril de 2011 cerca de 300 famílias do MST e MAB ocuparam a fazenda Dom Augusto, no quilômetro 25 da rodovia TO-050. O suposto proprietário da fazenda é Alcides Rabeschini, que, conforme denúncias, não tem toda a documentação da área, dos 3 mil hectares da terra, apenas 1.200 seriam titulados. "Ele também está na lista suja do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por prática de trabalho escravo, em 2005 100 trabalhadores foram encontrados na propriedade e também tem processo por crimes ambientais", Segundo o MST. (Ascom MST)