Quando um paciente com produção anormal de células sanguíneas, geralmente decorrentes de algum tipo de câncer no sangue, como leucemias e linfomas, precisa do transplante de medula óssea e não encontra doador compatível na família, a estimativa de achar um doador não aparentado é de uma em um milhão. Assim, quanto maior o número de candidatos cadastrados, mais fácil achar um doador compatível. Pensando nisso, o Governo do Estado, através da Hemorrede do Tocantins (Hemoto), vem intensificando o trabalho de conscientização para conseguir novos voluntários cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
O Redome é responsável pelo cadastro dos doadores de todo o país e também pela procura de um doador em bancos internacionais. No Tocantins, os cadastros para doação de medula óssea começaram a ser realizados em julho de 2007 e, de lá até abril de 2014, já foram cadastrados 23.424 pessoas.
A meta de cadastros para este ano subiu de 1.850 para 4.850 e, para atingir esta meta, a Hemoto a dividiu entre os municípios que os realizam: Araguaína, Augustinópolis, Gurupi, Palmas e Porto Nacional. Quando há interesse de algum município vizinho em realizar o cadastro, uma equipe da Hemorrede de Palmas é deslocada para realizar o serviço.
Segundo a gerente de captação de doadores da Hemorrede do Tocantins, Denis Gomes, é preciso fazer com que o numero de voluntários cresça e para isso o cadastro é sugerido a todas as pessoas que vão doar sangue. “Para doar sangue tem que estar saudável, então sabemos que essas pessoas podem ser também possíveis doadoras de medula”, comentou.
Além disso, uma equipe da Hemoto entra em contato com empresas e secretarias do Estado para falar sobre o cadastro. Havendo o interesse, são realizadas palestras para informar funcionários ou servidores sobre o Redome. “Respeitamos o total de minutos fornecidos pela empresa e, dependendo do tempo, adequamos a apresentação que inclui informações e entrega de folders”, explicou Denis.
Vanessa de Almeida e Alessandra de Almeida são irmãs e estão ambas cadastradas para doação de medula óssea. “Senti a necessidade de me cadastrar quando vi a dificuldade de encontrar um doador compatível. Me perguntaram se eu queria e aceitei”, disse Vanessa, que já é cadastrada há 4 anos e incentivou a irmã a se cadastrar também.
Alessandra disse que foi doar sangue e aproveitou para se cadastrar no Redome, pois conversas com a irmã já haviam lhe despertado esse desejo. “Saber que você pode ajudar alguém que você nem conhece dá uma sensação de dever cumprido. É muito bom”, comentou.
Cadastro
Para o cadastro no Redome são necessárias informações pessoais, documento de identificação e número de telefone de dois amigos. Podem se cadastrar pessoas entre 18 e 54 anos, mas a doação pode ser realizada até os 60 anos, casa haja compatibilidade. Também será coletada uma amostra de sangue com 5 ml para teste de histocompatibilidade (HLA), que identifica características genéticas que podem influenciar no transplante.
No momento do cadastro, as condições de saúde não são avaliadas, sendo necessária avaliação somente para o caso de doação. “Pessoas de baixo peso, grávidas, gripadas ou que tenham colocados piercings, podem fazer o cadastro normalmente”, exemplificou a gerente de captação de doadores.
Doação
Após cruzados os dados, serão necessários exames complementares. Se confirmada a compatibilidade, o voluntário deverá confirmar se realmente deseja fazer a doação e seu estado de saúde será avaliado.
Existem duas formas de doar medula, através de punção direta da medula na região da bacia ou através de coleta pela veia. A forma de doação é uma decisão médica, baseada na avaliação clínica do doador e receptor.