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Opinião

Foto: Divulgação

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É tempo de eleições, de escolher presidente, senadores, governadores e deputados estaduais e federais.

Acima de tudo é tempo de o eleitor refletir, pensar bem e escolher melhor. O apelo é renovado a cada eleição e precisa mesmo ser repetido, pois pelo que se observa ano após ano, eleição após eleição é que a renovação é mínima, os maus políticos retornam e se perpetuam fazendo da política verdadeira profissão em defesa de interesses puramente pessoais – salvo algumas exceções.

No amplo elenco de malfeitorias que devem ser banidas está a corrupção, o desvio de dinheiro público, nefasta apropriação para proveito de pessoas, grupos e corporações. Estudos indicam que nos três níveis de poder o montante de desvio chega a 30% dos orçamentos da União, dos Estados e dos Municípios. Isto equivale a cerca de um terço da arrecadação. Há que se ter consciência do que tais valores representariam em investimentos em saúde, educação e segurança, para citar os três setores mais carentes e problemáticos.

Há investigações, inquéritos administrativos e policiais? Sim, como também apurações e até algumas prisões, ainda que na maioria das vezes meramente temporárias; geralmente os responsáveis não são devidamente ‘responsabilizados’ por seus delitos. E o mais grave: ainda que sejam presos e condenados, o dinheiro verdadeiramente roubado jamais volta, sendo raríssimos os casos de real e efetivo ressarcimentos dos cofres públicos.

Esse mal vai além da administração direta, atinge igualmente estatais, fundações, autarquias e outras instituições em que quando não há corrupção diretamente  ocorre má administração, gestão temerária acarretando perdas de dinheiro público em obras inacabadas, projetos megalomaníacos que acabam sem nenhum resultado.

A corrupção é incontestavelmente um crime contra a humanidade, quem o comete prejudica os mais pobres, pois recursos desviados são verbas que deixam de ser aplicadas em programas sociais, em saúde básica, em educação, etc.  Agentes públicos, gestores de orçamentos e especialmente políticos agentes cúmplices e coniventes merecem ser execrados e banidos da vida pública.

Devem os políticos pautar sua atuação como legítima prestação de serviço ao povo, servindo ao país e não dele se servindo; enfim, devem exercer a política com seriedade, pensando não  nas próximas eleições, mas sim nas próximas gerações.

A eleição, expressão máxima da democracia, é a oportunidade para a depuração; a arma para erradicar os maus políticos é o voto e, portanto, se torna necessário saber usar essa arma. Se mesmo a lei da ficha limpa é ineficaz para barrar os maus políticos, o eleitor pode barrá-los... pelo voto.

Luiz Carlos Borges da Silveira é médico, ex-ministro da Saúde, ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Governo do Estado do Tocantins e ex-secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Emprego do Município de Palmas-TO