O deputado José Bonifácio (PR) foi à tribuna da Assembleia Legislativa do Tocantins nesta quinta-feira, 7, defender sua proposta de aumento salarial para governador, vice e secretários. “Não tenho rabo preso nem amarras com ninguém a não ser com minha consciência”, disse.
O parlamentar disse que não é normal um governador do Estado ganhar menos que um deputado estadual. “Ganhar menos que um deputado federal ele já ganha e se for aprovado o salário proposto por mim continuará ganhando. Se o salário de 29 mil para o governador for aprovado a sua excelência continuará ganhando menos do que o deputado estadual porque isso? Salário do deputado estadual é R$ 25.300 soma com os R$ 3.800 do auxílio moradia fica maior do que os R$ 22 mil do governador”, pontuou.
Com relação ao salário dos secretários do Estado ele disse que os de Palmas ganham R$ 19 mil. Ele apontou que há uma hipocrisia com relação ao assunto. “O efeito cascata levou os desembargadores, procuradores, juízes e conselheiros do TCE, promotores, procuradores a chegarem até R$ 33 mil de salário. Nossa competência da Assembleia é de estipular o salário do governador, vice e secretários de Estado”, afirmou. Alegando que houve um efeito cascata ele disse que os deputados não cumpriram a obrigação de reajustar o salário do governador ano passado.
Outra argumentação do parlamentar um salário DAS 3 do Estado tem salário de R$ 13.500. “Um subordinado estaria ganhando igual seu chefe, é incoerência, é inoportuno isso”, disse. Segundo ele, os salários do governador e secretários do Tocantins são um dos menores da região norte.
Os projetos do parlamentar podem ser rejeitados ou até modificados. “Não seria uma incoerência, uma hipocrisia ou até falta de respeito nós deputados abaixarmos salário do governador igual o de vereador de Palmas. Não seria pelo menos justo igualarmos com o salário dos deputados?”, disse.
Se referindo às criticas de alguns deputados estaduais com relação à proposta de aumento ele disse que “inconsequente é deixar que um governador ganhe menos que os deputados estaduais”, frisou.
O deputado fez várias críticas ao líder do governo, Paulo Mourão que disse ao Conexão Tocantins que o projeto de aumento é inoportuno. “Ele está voando, sua liderança sim é inconsequente, troca e no meu entendimento burra. Não o considero meu líder”, chegou a dizer. O parlamentar disse ainda que se considera independente. “Seu blá blá blá de inventar audiência para não resolver nada não é coisa de liderança, acho vossa liderança fraca e não sou seu liderado. Aliás eu sou é independente, não preciso de governo”, disse.
O deputado chegou a desafiar Paulo Mourão a igualar o salário ao do governador. “O Estado está quebrado vamos desquebrá-lo então!”, disse. O parlamentar disse ainda que o Estado precisa sair da hipocrisia e das lamurias. “A paciência do povo tem limite, já se passaram cinco meses”, chegou a dizer.
Polêmica
O deputado Amélio Cayres (SD) reafirmou que acha a proposta de aumento incoerente. Ele disse que o governador de São Paulo ganha R$ 20 mil. “Como vamos aprovar aumento e os benefícios dos outros funcionários?”, disse. Ele propôs que ao invés de subir o salário do governador baixe o dos deputados.
O deputado Nilton Franco (PMDB) afirmou que é preciso discutir um planejamento para o Estado e defendeu Mourão. “Defendo o deputado Paulo Mourão e tenho acompanhado sua luta”, disse.
O deputado José Roberto Forzani (PT) disse que Bonifácio se referiu de maneira injusta e agressiva com relação a Mourão. “Quero defender o companheiro como deputado, como líder do governo”, disse. Ele disse que outros deputados tem o direito de discordar da proposta de Bonifácio. “ Precisamos manter diálogo cada um defende seu ponto de vista mas mantendo a convivência que é necessário manter”, disse.
O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (PTB) disse que respeita a iniciativa de Bonifácio. “Está fazendo algo que está dentro de sua ação parlamentar a partir daí resta saber se o Executivo pretende ou não remunerar melhor seus secretários e o próprio governador”, disse. Ele comentou que o momento é de crise.