Os estados ainda não sabem, a extensão exata do impacto que o corte orçamentário de R$ 69,9 bilhões, anunciado na última sexta-feira pela União. Mesmo assim, o governo já sabe que a iniciativa certamente atrasará ainda mais obras estruturadoras com prazos já vencidos. Parlamentares do Estado analisam junto aos ministérios o que será afetado no Estado com relação às obras de grande porte.
A deputada federal do Tocantins, Dorinha Seabra Rezende (DEM) é membro da Comissão de Orçamento e participou da audiência com presença do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa na qual ele apresentou as áreas mais afetadas pelos cortes do Governo Federal no Orçamento da União. “As informações são apenas gerais”, informou a parlamentar ao Conexão Tocantins nesta quinta-feira, 28.
Segundo Dorinha, pela explanação do ministro aos deputados, na comissão, o impacto será grande, principalmente para o Tocantins que depende muito dos recursos federais. “Será grande principalmente na Educação e Saúde. O Tocantins já tinha um problema orçamentário e infelizmente pode ter um impacto perigoso na área da Saúde”, frisou.
Conforme a parlamentar, o ministro deixou claro ainda que as obras que ainda não começaram devem aguardar mais um pouco. Uma dessas obras que podem demorar mais um pouco para começar em razão do corte é o BRT na capital. A obra na área de mobilidade ainda está em fase de licitação e tem expectativa de começar este ano. “Pelo que foi dito o que não começou, não vai começar realmente, vamos ter um ritmo diferente”, revelou. A parlamentar disse ainda que a capital tem muitos desafios para se concretizar. “A capital não pode viver só com geração de emprego do poder público”, disse Dorinha.
Base do Governo Federal
O senador Donizeti Nogueira (PT) da base do Governo Federal afirmou ao Conexão Tocantins que o impacto não será muito grande no Estado. “O impacto não é muito grande. Na saúde todos os serviços serão mantidos e tudo que está em andamento continuará. Não haverá dificuldade por exemplo nas obras dos hospitais de Araguaína e Gurupi. O que está contratado e em andamento não será afetado", disse.
O petista, um dos principais parlamentares da base da presidente Dilma Rousseff no Senado, admitiu porém que os novos investimentos terão um curso mais lento. “Impacto terá, mas não é grande e pode ser diminuído no curso do ano se melhorarmos as receitas”, disse. Obras como a construção da Ponte de Porto Nacional, por exemplo, segundo Nogueira, não serão prejudicadas com o corte orçamentário. “Mesmo com o corte o orçamento é maior que o ano passado”, disse.
A Bancada do Tocantins deve se reunir nos próximos dias para tratar das emendas para obras importantes para o Tocantins.