Encabeçado pela Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto) e apoiado pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Sebrae e outras instituições, o movimento de organização e fortalecimento do setor vem ganhando corpo a cada encontro de trabalho e visitas técnicas às agroindústrias.
“Minas Gerais não é famosa pela quantidade, mas porque produz cachaça de qualidade, por isso é reconhecida no mundo todo”, destacou Roberto Magno Martins Pires, presidente da Fieto, ao abrir a reunião. E prosseguiu. “O motivo de estarmos hoje aqui é para construir uma agenda de ações capazes de alavancar a produção de cachaça de alambique no Tocantins”.
Pires disse ainda que a Fieto apoia plenamente a revitalização do Arranjo Produtivo Local - APL da Cachaça, que antes de entrar em crise chegou a produzir 500 mil litros. “O Tocantins tem na sua vocação o agronegócio, e a bandeira da Federação é a transformação dos insumos de qualquer indústria, seja ela grande ou pequena. O que não podemos é consumir farinha de mandioca importada do Nordeste se podemos produzir aqui mesmo”, completou.
Para o empresário e consultor Antônio Claret Sales, de Lavras (MG), que veio a Palmas a convite da FIETO, o Tocantins tem potencial para se tornar um grande produtor de cachaça de alambique, mas para isso é necessário organizar os produtores e investir em qualidade. “A cachaça hoje no Brasil é um produto que garante boa lucratividade, principalmente depois que foi realizado em Minas Gerais um trabalho de resgate de sua imagem, e o que antes era uma bebida marginalizada, hoje é consumida pela elite. Portanto, o Tocantins tem todas as condições de se tornar uma região conhecida como produtora de boa cachaça”, frisou Sales.
“Eu vou dizer uma coisa a vocês que não deveria dizer: o Tocantins produz uma cachaça melhor do que Minas Gerais, a sorte (de Minas Gerais) é que não se conseguiu fazer aqui um movimento empresarial forte. Resolvendo essa questão o estado terá uma excepcional cachaça, não tenho dúvida disso”, asseverou Eduardo Campelo, representante do Instituto Brasileiro da Cachaça de Alambique – IBCA. Ele também veio ao estado a convite da Fieto para ajudar na retomada do trabalho de organização das agroindústrias tocantinenses, que começou a ser feito há12 anos mas foi interrompido, principalmente por má gestão da Cooperativa dos Produtores de Cachaça de Alambique da Região Sudeste do Tocantins – Coopercato.
No próximo sábado (8/08) as instituições parceiras do arranjo produtivo da cachaça estarão na cidade de Taquatinga, no sudeste tocantinense, onde se reunirão com os produtores da região. Na pauta, o saneamento financeiro da Cooperativa, uma nova proposta de gestão para a mesma e a modernização das agroindústrias, para que possam produzir cachaça de melhor qualidade.