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Campo

A Embrapa Pesca e Aquicultura recebeu nessa quinta, 1º de outubro, uma área no Lago de Palmas, na capital tocantinense, onde pretende instalar um campo experimental. A cessão foi feita pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), responsável pela gestão de águas da União, como é o caso do lago.

De acordo com Carlos Magno Campos da Rocha, chefe geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, "pra nós, é uma coisa bastante importante essa cessão dessa área de 2,8 hectares no Lago de Palmas, onde nós iremos construir uma estação experimental pra trabalhar com os peixes da nossa região".

A cessão da área ocorreu durante a abertura, no Tocantins, da XII Semana Nacional do Peixe, que busca incentivar o consumo de pescado. Cleberson Zavaski, do MPA, disse que "o pescado é uma das maiores economias comerciais de proteína do mundo. O Brasil é o 12º produtor e nós queremos que, até 2020, o país chegue entre os cinco produtores mundiais de pescado através da aquicultura e da qualificação da pesca profissional em todos os ambientes".

Carlos Magno falou sobre o desenvolvimento da aquicultura no País. Segundo ele, esse desenvolvimento tem sido limitado sobretudo às espécies que possuem tecnologias disponíveis (tilápia e camarão). "As espécies nativas, nós estamos ainda apenas iniciando. Existem muito mais dúvidas do que certezas nas tecnologias das espécies nativas", explicou.

Números 

O chefe geral da Embrapa Pesca e Aquicultura mostrou números que atestam a importância do negócio do pescado no mundo: "O pescado representa o maior agronegócio do mundo", defendeu. De acordo com ele, a atividade envolve, no mundo inteiro, U$ 600 bilhões, provê quase 17% da proteína mundial e é responsável por U$ 145 bilhões em exportações.

Além disso, ainda segundo Carlos Magno, é um mercado com o dobro de tamanho que o de soja, quatro vezes maior que o mercado do frango e seis vezes maior que o de carne bovina. Em termos mundiais, "se a gente somar todas as fontes de proteína animal, o peixe representa 35% do que é produzido e, melhor ainda, 65% do que é exportado", diz ele.

Outro dado citado por Carlos Magno foi um divulgado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em julho deste ano, segundo o qual cada habitante do planeta consome, em média, 20 kg de pescado por ano. Dessa quantidade, 9,5 kg vêm da pesca (sobretudo a marítima) e 10,5 da produção de peixes. Ou seja, hoje a aquicultura contribui com mais peixes no mundo que a pesca extrativa.

"Não há outra saída. Nós temos que criar peixe, nós temos que produzir peixe e outros organismos aquáticos que a gente não encontra mais, nem mesmo nos rios a gente tem esses animais. Então, nós vamos ter que produzi-los, ter que gerar tecnologia de produção de nossos peixes nativos. E esse é o nosso grande desafio aqui no Tocantins", assinalou o chefe geral da Embrapa Pesca e Aquicultura.