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Polí­tica

Foto: Divulgação

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A morte do policial militar, Wiratan Fraga dos Santos, durante troca de tiros com a Polícia Federal em Pindorama, repercutiu mais uma vez na Câmara de Palmas na sessão nesta quarta-feira, 4 de novembro. O vereador Major Negreiros (PP) foi o primeiro a criticar e chegou a dizer que “quem matou o sargento Wiratan não foi a pistola da Polícia Federal, foi o Governo do Estado do Tocantins. Como é que o secretário de Segurança (Cesar Roberto Simoni de Freitas) sabe de uma operação e aí me falam que o militar deu 40 tiros?! Que mentira! Estão achando que a gente é bobo! ”, frisou.

Negreiros disse que não há motivos plausíveis para justificar nove tiros na farda da Polícia Militar. “Vim me dizer que não viu a farda da Polícia Militar. Ninguém é criança! Eu militei e trabalhei nas ruas de Palmas durante 24 anos e nunca efetuei um disparo, atingi uma pessoa, matei uma pessoa ou agredi alguém. Acho que esse é o papel da polícia, independente de ser Polícia Militar, Polícia Federal”, afirmou.

O vereador disse estar esperando manifestação do superintendente da Polícia Federal e do Secretário de Segurança Pública. O parlamentar ainda disse que irá pedir acompanhamento do Ministério Publico Federal e do Ministério Público Estadual. “Quero pedir acompanhamento para que isso não fique impune. Não é pra mim é para toda a população do estado!”, disse.

Negreiros ainda disse que o sargento acompanhado de um cabo foram enfrentar os bandidos “com uma única pistola enfrentar os marginais que estava em quatro, cinco. No momento que o sargento chega lá, chega uma van com 15 homens armados, sem identificação, distintivos. Qual é a reação desse sargento, desse policial militar?!”, questionou e completou: “Não precisa ter esse ego de dizer eu prendi. Tem bandido pra todo mundo”, chegou a dizer.

Ainda de acordo com o Negreiros, quando o corpo do sargento estava no IML, a Polícia Militar foi proibida de entrar mas a Polícia Federal teve passagem permitida. “Como é que eu cometo homicídio e eu mesmo vou investigar”, questionou. 

O presidente da Casa, vereador Rogério Freitas (PMDB), disse que o erro foi gritante e concordou com as falas do vereador Major Negreiros. “Concordo com vossa excelência em colocar na conta do secretário de segurança pública, de cobrar do superintendente. Eu tenho certeza absoluta que o sargento não foi lá pelo bem querer. Alguém provocou o sargento e ele foi averiguar e pagou com a própria vida. Por pura incompetência da Polícia Federal em comunicar”, afirmou. 

Joel Borges (PMDB) afirmou ser difícil falar do tamanho da irresponsabilidade. “Irresponsabilidade e da falta de visão de todo esse corpo nessa operação. Que homem em sã consciência iria enfrentar homens armados com fuzis?! Acredita-se que a PF esteja preparada para uma situação como essa!”, criticou.

Joaquim Maia (PV), prestou solidariedade e falou da pessoa que era o sargento. “Um pastor da igreja batista que tinha um trabalho muito forte naquela cidade, no combate as drogas, uma pessoa de que usava uma arma de um lado e uma bíblia do outro”, afirmou. O vereador disse que a morte do PM servirá para pensar a relação, as condutas das polícias no Estado.

O vereador Walter Balestra (PCdoB)  disse que o erro da Polícia Federal foi chegar atirando. “Mostra o despreparo! Quando é bandido, prende e entrega para as pessoas competentes, mas não consigo entender o que fizeram com esse sargento de chegarem atirando e matar. Estamos indignados com a morte do sargento!”, pontuou.

Claudemir Portugal (PPS) pediu que a Câmara encaminhe voto de pesar à família do sargento. O vereador Lúcio Campelo (PR) afirmou que o equívoco não é justificável. “Um fato lastimável! Que isso não ocorra mais por falta de comunicação. Essa história de ser superior ao outro isso não existe!”, disse. Campelo pediu moção de aplausos ao sargento pelos serviços prestados e uma moção de pesar.

O corpo do sargento foi enterrado nessa quinta-feira, 03, em Porto Nacional. Os vereadores afirmaram que houve uma grande comoção no enterro.