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Polí­tica

Procurador-geral da República, Rodrigo Janot

Procurador-geral da República, Rodrigo Janot Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Procurador-geral da República, Rodrigo Janot Procurador-geral da República, Rodrigo Janot

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Aécio Neves, presidente do PSDB e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a PGR, Lula teria atuado “na compra do silêncio” do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, a fim de evitar que ele assinasse acordo de delação premiada com a força-tarefa de investigadores da Operação Lava Jato.

Os fatos motivaram a prisão, no ano passado, do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). A prisão foi embasada por uma gravação apresentada à PGR  por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor. Segundo a procuradoria, o senador ofereceu R$ 50 mil por mês para a família de Cerveró e mais um plano de fuga para que o ex-diretor deixasse o País.

Os fatos teriam ocorrido em uma reunião na qual estavam presentes Bernardo e Edson Ribeiro, ex-advogado de Cerveró e Delcídio. Segundo os procuradores, o objetivo de Delcídio era evitar que o ex-diretor fizesse acordo de delação premiada.

A lista dos denunciados ainda conta com o nome do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rego, que foi há pouco tempo senador pelo PMDB e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Aécio Neves

O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, segundo colocado nas últimas eleições presidenciais e senador  por Minas Gerais é alvo de dois pedidos de investigação baseados na fala de Delcídio do Amaral.

O delator disse ter conhecimento da existência de um esquema de corrupção na hidrelétrica de Furnas envolvendo o senador tucano. Segundo depoimento do delator, o ex-presidente Lula teria contado durante conversa que Aécio lhe pedira a permanência de um diretor na estatal, que segundo o delator seria justamente o operador do esquema de Furnas a favor do tucano.

Delcidio ainda apontou, segundo reportagem do site UOL, que Aécio agia para a maquiagem de dados do Banco Rural obtidos pela CPI dos Correios, em 2005. Segundo Delcídio, o senador, na época, era governador de Minas Gerais e estava incomodado porque as informações atingiriam pessoas próximas a ele que vieram a ser envolvidas no escândalo conhecido como mensalão tucano.

Eduardo Cunha

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, também foi acusado por Delcídio de ser ligado à diretoria de Furnas e de ter atuaado para alterar a legislação do setor energético em seu benefício. Cunha já é réu da operação Lava Jato no STF. 

Instituto Lula

Em resposta à denúncia contra do ex-presidente, o Instituto Lula informou na noite desta terça-feira, 3, à Agência Brasil, que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, antecipou juízo de valor ao fazer a denúncia e também negou que o ex-presidente Lula tenha ligação com as investigações da Operação Lava Jato. 

Conforme nota do Instituto à Agência Brasil, a peça apresentada pelo procurador-geral da República "indica apenas suposições e hipóteses, sem qualquer valor de prova. Trata-se de uma antecipação de juízo, ofensiva e inaceitável, com base unicamente na palavra de um criminoso".

Ainda segundo a nota, o ex-presidente não participou, direta ou indiretamente, de qualquer dos fatos investigados na operação. "Nos últimos anos, Lula é alvo de verdadeira devassa. Suas atividades, palestras, viagens, contas bancárias, absolutamente tudo foi investigado e nada foi encontrado de ilegal ou irregular”, afirma a nota do Instituto Lula, que concluiu afirmando que o ex-presidente Lula "não deve e não teme investigações”. (Da redação com informações EBC)