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Polí­cia

Foto: Divulgação

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Cerca de 20 famílias do Acampamento Mata Grande em Santa Fé do Araguaia teriam sido vítimas de um ataque neste último domingo, 15, por volta das 5 horas. O advogado que acompanha o caso, Silvano Resende, informou em entrevista ao Conexão Tocantins na tarde desta segunda-feira, 16, estar acompanhando oito pessoas para depoimento na Delegacia Regional de Araguaína. Segundo Silvano, os acampados relatam que sete homens encapuzados e armados adentraram no acampamento e tocaram o terror nos moradores. 

Segundo Silvano, muitas das famílias, com medo, correram para dentro do mata. Dois tiros com arma de fogo teriam sido efetuados na direção de uma das lideranças do acampamento, porém, de acordo com Silvano, o morador, por sorte, não foi atingido. Moradores contam que foram agredidos a pauladas nas costelas e costas. "As que estão aqui comigo vão fazer exame de corpo delito porque foram espancadas, tiveram seus documentos queimados, celulares também foram queimados, não puderam tirar um foto para registrar nada e nem fazer vídeo e além do mais tiveram duas motos perfuradas os tanques, cortados os pneus, os bancos das motos também foram totalmente cortados", afirmou Silvano. 

Um fazendeiro está sendo denunciado também por dirigir camionete com os pistoleiros, sendo quatro na cabine e três na carroceria, tocando as famílias do acampamento até a cidade de Santa Fé do Araguaia, caminhando a pé 40 km. O fazendeiro teria efetuado quatro tiros de pistola na direção das famílias. Os homens e o fazendeiro estariam armados com espingardas, revolver e pistolas. 

Silvano informou que foi designada uma perícia no acampamento. "A gente não sabe de fato quem são os autores dessa brutalidade, dessa violência, estamos aguardando que a polícia instaure inquérito, investigue. As famílias estão bem traumatizadas psicologicamente", afirmou. 

Acampamento

Silvano contou um pouco da história do acampamento. Segundo ele, “atualmente são famílias lá de Santa Fé do Araguaia, são pessoas realmente que tem o perfil que precisa de terra para trabalhar. O Acampamento foi iniciado agora dia 11, na quarta-feira eles montaram, tinham em torno de uns 10 barracos só, porque estavam na fase inicial de organização”, afirmou.

De acordo com Silvano, os acampados não invadiram fazenda que fica próxima. “Em nenhum momento essas famílias invadiram a fazenda. A proposta delas é acampar na margem da rodovia na faixa de domínio público do Estado e não adentrar na fazenda até porque foi o local mais apropriado que encontraram, foi esse. Tem a cerca da fazenda e eles ficam do outro lado da estrada, do asfalto. Então eles montaram esse acampamento que ali eles tinham mais facilidade para se organizar”, informou.

Silvano Resende ainda disse que foi comunicado, com antecedência, ao Comando Geral da Polícia Militar, expediente de que haveria a intenção das famílias se organizarem e se articularem no acampamento.