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Saúde

Foto: Sara Cardoso  Representantes de hospitais privados e planos de saúde fecharam acordo depois de dez anos de negociação Representantes de hospitais privados e planos de saúde fecharam acordo depois de dez anos de negociação

Em reunião que ocorreu na tarde dessa segunda-feira, 25, entre o secretário de Estado da Saúde, Marcos Musafir, representantes de hospitais privados e de planos de saúde ficou acordado que as unidades particulares de todo o Tocantins vão reembolsar a Secretaria de Estado da Saúde pelos custos com o processamento dos hemocomponentes.

A negociação se iniciou em 2006 e o acordo vai possibilitar que os gastos com a realização de exames, compra de insumos, como bolsas plásticas, agulhas, seringas, materiais de esterilização, exames de sorologia, como o HIV, e reagentes, por exemplo, sejam devolvidos a saúde pública do Estado.

“Foi um dia histórico porque depois de 10 anos, depois de um forte trabalho de sensibilização feito pela equipe da secretaria, e que atende a determinação do governador Marcelo de melhorar a qualidade do atendimento, conseguimos que os hospitais privados comecem a pagar pelo processamento do sangue. Existe um custo muito grande para que o sangue chegue até a pessoa que precisa, os reagentes são caros, a bolsa é importada, e até hoje apenas o Estado arcava com esses custos”, disse o secretário Marcos Musafir.

Para a presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos em Saúde (Sindess), Maria Lucia Machado de Castro, é justo ressarcir a Saúde com o gasto que o Estado tem com a preparação de sangue. “Sabemos que o gasto com o processamento é alto e entendemos ser justo que os hospitais paguem pelo que é utilizado. Esse acordo é excelente porque vai possibilitar melhorias, já que com mais esse recursos será possível adquirir mais equipamentos”, disse a presidente.

Presente na reunião, o diretor do Hospital Oswaldo Cruz, Valter Machado de Castro Filho, fez questão de reforçar que não há venda, nem compra de sangue. “Nós concordamos com a preocupação do Estado em prover de recursos para garantir a assistência hemoterápica e de hemoderivados. O Estado precisa ser ressarcido dos custos dos insumos. Não há venda, nem compra de sangue, o que vai haver é o pagamento de exames complementares e insumos que são utilizados”, reforçou.

O secretário de Saúde informou ainda que o recurso que a ser obtido por meio do acordo será recolhido através de Documento de Recolhimento de Receita Estadual (DARE), após o recebimento do plano de saúde. “Os hospitais vão fazer o procedimento e quando a operadora do plano as saúde pagar, cerca de 30 dias depois, o depósito vai ser feito na conta da Secretaria da Fazenda que, por sua vez, vai destinar o recurso para a Saúde”, explicou o secretário.

Capacitação

O gestor em saúde do Hemocentro, Valter Cardoso de Brito, comemora o sucesso do acordo com as unidades particulares. Segundo ele, também ficou acordado que a Hemorrede vai capacitar técnicos que trabalham com o transporte dos hemocomponentes e profissionais que estão envolvidos no ciclo do sangue. “Hoje o dia foi de conquistas, porque há algum tempo já queríamos acertar essas parcerias para oferecer qualificação a quem está dentro das unidades privadas. Vamos oferecer capacitação também para os médicos que fazem o processo de transfusão atentando para o uso racional do sangue”, ressaltou.

Unidade Elite

Considerado pelos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) como um dos serviços públicos de maior credibilidade no Estado, a Hemorrede do Tocantins, através do Hemocentro Coordenador de Palmas, teve seus serviços reconhecidos nacionalmente pela Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), que certificou o Hemocentro tocantinense como Unidade de Elite.

O certificado foi concedido após avaliações práticas e testes de proficiência realizados nos laboratórios de hematologia da unidade. O título foi emitido pela Associação Médica Brasileira (AMB), por meio do Programa de Controle de Qualidade Externo em Imuno-Hematologia, no quais o Hemocentro obteve um resultado de 100% de acertos nessas avaliações. “São mais 300 pessoas que trabalham em todo o Estado processando o sangue para que esse possa chegar até o paciente. A Hemorrede tem uma equipe extremamente competente, comprometida e dedicada, que é liderada pela diretora Poliana Gomes e que não mede esforços para oferecer o melhor e que agora vai contar com mais este reconhecimento”, disse o secretário Musafir.