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Opinião

Foto: Divulgação

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Faz muito tempo que não tenho visto uma campanha eleitoral como a de agora, neste ano de 2016, pleito que elegerá vereadores e prefeito de Palmas, capital do Tocantins. Diria até, estou satisfeito com o andamento desta campanha. Mas antes que você pergunte o meu número, nome e partido, já lhe respondo que não sou candidato. A minha alegria é por outro motivo e explico.

Esta campanha eleitoral de 2016 etá mais curta, com menos tempo em horas na televisão e no rádio e diminuição nos dias, pois a lei eleitoral reduziu em muito este tempo, antes destinado para encher os ouvidos e mentes dos telespectadores e radiouvintes com muita bobagem e verdadeiro lixo mental, próprio de mentecaptos. Ou seja, os discursos nas inserções e programas eram claras demonstrações de falta de inteligência, tolices, idiotices, ilações mentalmente desorganizadas, sem juízo: malucas, numa evidência de doença na qual muitos candidatos deixavam claro que haviam perdido a capacidade de pensar logicamente.

Outro fator positivo desta campanha eleitoral que me deixa feliz é a ausência de tantos cabos leitorais que se posicionavam nas esquinas, rotatórias e ao longo das avenidas abanando as famosas bandeiras dos candidatos, gerando uma verdadeira poluição visual e que, em muitas ocasiões, faziam com que muitos jovens, mulheres e homens de faixa etária variada se submetessem ao sol escaldante apenas para garantir algum dinheiro extra, mesmo que sequer votariam no candidato que os bancava.

Além destes pontos positivos e que melhoraram a campanha eleitoral é a ausência das dezenas e até centenas de carros de som que rodavam pela cidade sem parar na capital tocantinense, com a veiculação de propaganda política. O uso de carros de som da forma como ocorria é algo inconcebível e inaceitável: de manhã à noite, rodando, gastando centenas e centenas de litros de combustível, diariamente, provocando absurdos, pois, em muitos casos, dois carros do mesmo candidato, na mesma pista a poucos metros de distância entre si e ainda um terceiro na pista contrária tocavam o mesmo jingle, sem parar. Logo em seguida, vinham os dos outros candidatos.

É bom frisar que, este tipo de publicidade, da forma como vinha ocorrendo em campanhas anteriores, era uma inequívoca tentativa de lavagem cerebral explícita. Convém lembrar, que lavagem cerebral é um recurso utilizado em várias partes do mundo, por grupos ou pessoas mal-intencionadas com o objetivo de fazer com que indivíduos submetidos a esse tipo de prática, não saibam mais distinguir o certo do errado ou tomar decisões por iniciativa própria.

Estou feliz nesta campanha eleitoral pelo fato de ver que não há permissão de doações por parte de empresas para os candidatos e presenciar o desespero de alguns com esta falta de aporte financeiro que antes facilitava as negociações futuras, caso vencessem as eleições. Que maravilha.

Espero que a minha alegria finalize no dia das eleições, pois gostaria de ver os colégios e sessões eleitorais totalmente livres dos famosos "santinhos", que emporcalham a cidade, entopem bueiros e se constituem em verdadeiros crimes ambientais.

*Wolfgang Teske é catarinense de Blumenau-SC, jornalista, educador e teólogo, pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Mestre em Ciências do Ambiente/Cultura e Meio Ambiente. Reside em Palmas-TO, desde 1992, onde implantou o Complexo Educacional da Universidade Luterana do Brasil, sendo o seu primeiro diretor. Foi diretor de Relações Empresariais e Comunitárias da Escola Técnica Federal de Palmas, hoje IFTO, na sua implantação. Atualmente, é professor e pesquisador da Universidade Federal do Tocantins. Autor dos livros A Roda de São Gonçalo; Cultura Quilombola; co-autor do Fotolivro Roda de São Gonçalo e diretor de produção do Filme A Promessa. É Cidadão Palmense e Membro da Academia Palmense de Letras - cadeira nº 17. Wolfgang Teske ainda escreve semanalmente em seu blog Alfarrábio Pensar.