O relógio ainda não marcava 8 horas quando os auditores fiscais da Receita Estadual chegaram à concentração em frente ao colégio São Francisco de Assis para iniciar a passeata que tomou a avenida JK com a presença de cerca de dez mil trabalhadores. Através da categoria estavam representados o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual do Tocantins (Sindifiscal), a Pública Central do Servidor e a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB_.
O sindicalista Carlos Campos, que responde pelas entidades no Estado, subiu ao trio que reuniu líderes das centrais sindicais e discursou sobre a aliança com o sistema financeiro, mascarada pela propaganda que tenta justificar as reformas trabalhista e da Previdência. “O governo quer nos empurrar para modelos privados de aposentadoria. Virou as costas para o povo. Está atendendo aos interesses daqueles que nos enganaram e aplicaram um golpe para tomar o poder da sociedade brasileira. Mas nós estamos aqui para avisar que não nos conformamos com esse assalto aos nossos direitos”, alertou.
Campos lamentou a aprovação da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados e ressaltou que a propositura atribui ao empregador poder de aplicar imposições autoritárias e injustas ao trabalhador. “Num país com 14 milhões de desempregados o governo acaba de dar carta branca para os empregadores abusarem das condições impostas ao trabalhador. Não teremos mais a lei para nos proteger”.
O aviso de que os parlamentares que estão “esquecendo” da classe trabalhadora serão esquecidos nas próximas eleições marcou a passeata. “Vamos abrir o olho e acompanhar o voto dos deputados e deputadas federais do Tocantins. Não serão mais eleitos aqueles que derem as costas para a população”.
Durante a segunda passeata, que se realizou a tarde, na avenida Tocantins em Taquaralto, o sindicalista despertou os manifestantes para procurarem os deputados federais e pedirem a defesa do trabalhador no Congresso Nacional. "De nada adiantará esta mobilização maravilhosa, em todo o Brasil, se cada um dos brasileiros conscientes dos malefícios das reformas não exigir o voto contrário dos parlamentares aos planos nefastos do Executivo Federal".
Campos orientou os participantes para que entrem no site da Câmara e Senado para verificar o e-mail e telefones de cada parlamentar. "Peçam a ele que honrem com o voto que lhes foi confiado pela população que sofrerá com essas alterações.", finalizou.