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Uma das comunidades terapêuticas credenciadas junto ao Governo do Estado é o Serviço Especial de Reabilitação Ser Livre

Uma das comunidades terapêuticas credenciadas junto ao Governo do Estado é o Serviço Especial de Reabilitação Ser Livre Foto: Luciano Ribeiro

Foto: Luciano Ribeiro Uma das comunidades terapêuticas credenciadas junto ao Governo do Estado é o Serviço Especial de Reabilitação Ser Livre Uma das comunidades terapêuticas credenciadas junto ao Governo do Estado é o Serviço Especial de Reabilitação Ser Livre

O Núcleo Acolher, de atenção à pessoa com dependência química, divulgou, recentemente, o relatório de atendimentos, onde apresenta dados sobre o perfil das pessoas em estado de dependência química que são atendidas pelo Governo do Estado, por meio da Gerência de Prevenção às Drogas da Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju), em parceria com as comunidades terapêuticas. Os dados são referentes aos atendimentos realizados de junho de 2016 a abril de 2017 e preveem resultados a partir de sexo, idade, raça e tipos de doença. Também foi considerado na pesquisa o resultado de testes rápidos de doenças sexualmente transmissíveis.

De acordo com o relatório, feito através das respostas dadas na triagem que o Núcleo Acolher faz ao receber uma pessoa para posterior encaminhamento, foram realizados 52 atendimentos desde o início do seu funcionamento, sendo 45 homens e sete mulheres. Desses, 14 foram encaminhados para outros órgãos e/ou instituições municipais e, por isso, não entram na tabulação dos dados finais.

Das 38 pessoas que entraram na pesquisa, 31 são homens, sendo que 45,16% são negros, 38,71% pardos e 16,13% brancos. Das sete mulheres atendidas, 42,86% são negras, o mesmo número também de pardas e 14,28% são brancas.

Quanto à escolaridade dos homens atendidos, 17 possuíam Ensino Fundamental incompleto e dois o terminaram; cinco eram formados no Ensino Médio e quatro não o finalizaram; um era analfabeto e outro possuía Ensino Superior incompleto.

Todas as pessoas atendidas fizeram testes rápidos de saúde, sendo constado que, dos 31 homens atendidos, 26 não possuíam nenhum tipo de doença sexualmente transmissível, três possuíam sífilis, um estava com HIV e outro com Hepatite C. Já das sete mulheres atendidas, quatro foram negativadas em todos os testes e outras três estavam também com sífilis.

Foi descoberto também que 34,18% dos homens atendidos tinham como maior dependência o álcool, sendo a droga mais consumida entre os homens e, em segundo lugar, o crack, alcançando 24,05% dos dependentes. Já a maioria das mulheres atendidas era dependente de crack (33,33%) e maconha (22,22%).

“Seguindo os resultados dessa pesquisa, nós vamos poder trabalhar novos projetos na área de prevenção de maneira mais específica, pensando nos altos índices, por exemplo, de pessoas que são dependentes e estão nas ruas, ou pensando também na dependência de álcool presente na maioria das pessoas atendidas”, disse o gerente de Prevenção sobre Drogas, José Américo Junior, sobre a intenção da pesquisa.

Outro dado relevante apresentado pela pesquisa foi a predominância do cristianismo como religião dos atendidos, sendo que 14 homens católicos, 12 evangélicos e quatro mulheres católicas. Também foi tabulado que dos 31 homens atendidos, três são menores de idade e oito estão sem moradia fixa, ou seja, em situação de rua.

Sobre a naturalidade dos dependentes, observa-se que 61,29% dos homens e 33,33% das mulheres são naturais do Tocantins. Outro dado é que aproximadamente 95% das pessoas atendidas estão desempregadas.

Fortalecimento da Política

A pesquisa mostrou que os homens negros e de baixa escolaridade ou até nenhuma escolaridade são a população mais atingida pela dependência de drogas, inclusive as legalizadas, como o álcool.

Nesse sentido, a Seciju, por meio da, até então, Gerência de Prevenção sobre Drogas, articula e executa projetos que possam conscientizar a população sobre as drogas, como o projeto Prevenir que, em convênio com o Governo Federal, está contratando grupos circenses e de teatro para levar peças com essa temática até as escolas de ensino fundamental e médio do Estado, especialmente as periféricas.

Além disso, em datas festivas como o carnaval, a equipe da Gerência também realiza mobilização, como blitz educativa, entrega de panfletos em eventos públicos para conscientizar à sociedade e mostrar que a preocupação com o uso de drogas ilícitas e abuso de drogas legais é um dever de todos.

Para intensificação da Política sobre Drogas no Tocantins, o governador Marcelo Miranda também criou, através de publicação no Diário Oficial do Estado (DOE), número 4.839, de 03 de abril deste ano, a Superintendência de Ações sobre Drogas. A nova estrutura também contará com uma Diretoria de Ações de Prevenção, Tratamento e Reinserção Social e a Gerência de Elaboração de Projetos e Captação de Recursos.

Núcleo Acolher

O Núcleo de Atenção à pessoa com dependência química é um projeto da Seciju que funciona desde junho de 2016. Seu objetivo é oferecer recuperação do dependente químico, por meio de atendimento e orientação especializada, bem como inclusão nos grupos de ajuda mútua, articulação dos serviços públicos, a fim de possibilitar a reinserção social. Para fazer esse trabalho acesso às famílias. O Núcleo conta com um psicólogo, um assistente social e um profissional da enfermagem.

Vagas sociais

Outra ação do Estado para amparar as pessoas com maior vulnerabilidade socioeconômica é a oferta de atendimentos gratuitos em Comunidades Terapêuticas de Álcool e Drogas. O intuito é dar condições para a recuperação de pessoas que precisem de tratamento e estejam em vulnerabilidade socioeconômica. Para isso, foram estabelecidos critérios de inclusão do dependente químico para seu tratamento e recuperação.

Ao todo, são ofertadas 40 vagas em cinco instituições, sendo elas a Fazenda da Esperança de Palmas, de Lajeado e de Porto Nacional, RHEMA, no Setor Taquari, em Palmas e Leão de Judá, na saída para Aparecida do Rio Negro, também na capital. As comunidades terapêuticas trabalham com terapia psicológica e espiritual a fim de recuperar o dependente químico e relembrá-lo da chance que ele tem de transformar a si e a sua própria vida.