A Associação de Servidores Públicos de Tecnologia da Informação (Astic/TO) se manifestou nesta sexta-feira, 12, em defesa da contratação, pelo Governo do Estado, de uma empresa para prestação de serviços de informática. Para a entidade, trata-se de uma inovação necessária. “A Astic/TO apoia projetos inovadores e que visam a melhoria na área tecnológica do Estado. Os servidores de TI sabem das dificuldades em manter estruturas obsoletas e sem o devido investimento”, afirma.
A manifestação vem em desencontro ao posicionamento dos deputados estaduais Alan Barbiero (PSB) e Olyntho Neto (PSDB) que, no final do mês de abril, questionaram a decisão da Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento de firmar um contrato da ordem de R$ 14.062.214,40 (quatorze milhões, sessenta e dois mil, duzentos e quatorze reais e quarenta centavos) com a empresa Intelit Processos Inteligentes Ltda. O contrato prevê a aquisição de solução para criação de nuvem privada para o Tocantins no Modelo de Infraestrutura como Serviço (IaaS). Na ocasião, Barbiero apresentou requerimento solicitando do secretário de Planejamento e Orçamento, David Torres, informações sobre o contrato.
“Ficamos felizes pelo interesse dos deputados estaduais neste projeto de Tecnologia, uma área tão carente de atenção, mas por outro lado nos preocupamos em deixar claro que é uma inovação necessária e que estamos ávidos para sua implantação. É salutar que tanto a Assembleia Legislativa, quanto a sociedade acompanhe os gastos e investimentos do Estado, mas sempre pautado em opiniões técnicas e especializadas”, defende a Associação em nota.
Ao Conexão Tocantins, o vice-presidente da entidade, Afrânio Vilar, justificou que a Astic/TO não tem o propósito de defender o Governo ou atacar os deputados, mas somente pontuar o quão necessário é o investimento em tecnologia para o Tocantins. “A informática do Estado parou no tempo. Vemos tantos problemas de infraestrutura decorrentes da falta de tecnologia e de meios para os servidores trabalharem com precisão e agilidade... Nossa preocupação é que quando os deputados se posicionam sem uma base técnica, podem atrapalhar e muito o processo de modernização e nós perderemos a oportunidade de avançar”, disse.
O vice-presidente também comentou o valor do contrato. “Para a área de tecnologia, R$ 14 milhões não é muito, tendo em vista o impacto positivo que vai resultar para a prestação de serviços aos cidadãos”, pontou.
Confira a íntegra da nota:
“Preocupada com o futuro do ambiente tecnológico no Tocantins, a Associação de Servidores Públicos de Tecnologia da Informação – ASTIC/TO, diante das ultimas noticias sobre a contratação de um serviço de armazenamento de dados pelo Governo Estadual, se posiciona sobre assunto de forma técnica e profissional, entendendo que impactará na carreira dos servidores atuais e dos próximos concursos.
Não é nossa intenção, dar veredito ao assunto, haja visto que o tema é complexo e amplo. Apenas queremos ampliar o debate e quebrar alguns paradigmas.
Pelo que entendemos do projeto, que nos foi enviado, a SEPLAN está sendo uma provedora para os demais órgãos, servindo para estes como um Provedor de Cloud especializado em TI, que corresponde ao cenário onde o sucesso da Private Cloud é maior.
Neste caso a SEPLAN utilizará o modelo mais adequado para o sucesso do projeto, por ter feito o investimento para se diferenciar e oferecer serviços adequados aos demais órgãos do estado, o que a coloca num modelo de criação de uma “Hosted Private Cloud” para o estado, assumindo os serviços complexos e a gestão para facilitar a vida dos demais órgãos. Se faz necessário, porém, observar e endereçar os desafios que este ambiente também traz, e para isso é necessário que todos os órgãos estejam envolvidos.
A Astic/TO apoia projetos inovadores e que visam a melhoria na área tecnológica do Estado. Os servidores de TI sabem das dificuldades em manter estruturas obsoletas e sem o devido investimento. Ficamos felizes pelo interesse dos deputados estaduais neste projeto de Tecnologia, uma área tão carente de atenção, mas por outro lado nos preocupamos em deixar claro que é uma inovação necessária e que estamos ávidos para sua implantação. É salutar que tanto a Assembleia legislativa, quanto a sociedade acompanhe os gastos e investimentos do Estado, mas sempre pautado em opiniões técnicas e especializadas.
A ASTIC/TO vem acompanhando o projeto e continuará até a sua implantação.”