Setembro ainda não acabou, mas já é o mês com o maior número de focos de incêndio registrados no Brasil. A informação é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que realiza esse monitoramento desde 1999. Os dados revelam que já foram registrados apenas neste mês - de 1° de setembro ao último domingo, 24 -, 101.661 mil focos de queimadas em todo o País. De acordo com Instituto, esse é o maior número de focos em um mês – e não apenas de setembro – de todos os tempos.
De 1° de janeiro ao último domingo, 24, foram registrados no País um total de 192.142 mil focos de queimadas. Este ano só perde, por pouco, para 2010, que registou 194 mil focos. Apenas no domingo, 24, foram 2.192 focos computados no Brasil.
Em gráfico de focos acumulados por estado brasileiro neste ano, é possível verificar que o Pará é o que mais sofre com queimadas, liderando ranking com 41.565 mil focos de janeiro até então. Em segundo lugar, vem Mato Grosso com registro de 36.811 mil focos. Em terceiro lugar, está o Maranhão com 20.884 mil registros de focos de queimadas e em quarto está o Tocantins, com 17.885 mil focos em 2017.
Pará, Mato Grosso e Maranhão são estados que fazem limite com o Tocantins. Nessas localidades, a situação é crítica. Neste mês - de 1° a 24 de setembro, em ordem de quantidade de focos, o Pará já registrou 23.387 mil focos; Mato Grosso 22.627 mil; Maranhão 13.081 mil focos e o Tocantins 9.641 mil registros de focos de queimadas. Apenas ontem, 24, em quantidade de focos, Mato Grosso computou 1.171 focos; Pará 306 e Tocantins 203.
No Tocantins,incêndio no Parque Nacional do Araguaia já destruiu mais de 70% de sua área. O fogo se alastrou tanto que brigadistas desistiram de combatê-lo.
(Saiba mais dados sobre os focos de queimadas no Brasil, aqui)
Monitoramento
O monitoramento por satélite do Inpe consegue diagnosticar todos os focos de incêndio que tenham pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura.
Segundo o Inpe, as queimadas destroem a fauna e a flora nativas, causam empobrecimento do solo e reduzem a penetração de água no subsolo, além de gerar poluição atmosférica com prejuízos à saúde de milhões de pessoas e à aviação. Denúncias de incêndios criminosos podem ser feitas ao Corpo de Bombeiros, às prefeituras, às secretarias estaduais do Meio Ambiente e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Boas Práticas de Prevenção
A fim de orientar nossos gestores locais sobre o assunto, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) elaborou informações de boas práticas a serem seguidas para evitar queimadas:
• Promovam anúncios aos fumantes no sentido de evitar jogar pontas de cigarros pela janela do veículo, uma vez que na baixa umidade desse período a vegetação seca se incendeia com muita facilidade;
• Oriente os proprietários rurais e a população em geral para ficarem atentos ao crescimento de vegetação (mato) próximo as residências e rodovias, fazendo aceiros para que o fogo não se alastre;
• Não jogue lixo, latas de metal, cacos e garrafas de vidro que podem se aquecer ao sol e acabar dando origem às queimadas;
• A capinação de terrenos deve ser sem uso do fogo;
• Não acumular lixos e vegetação seca para que não sejam objetos de incêndios;
• Oriente a população para não fazer fogueiras de nenhuma espécie;
• Solicite para as pessoas não soltarem balões, além de perigoso, é crime conforme a Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9605/98). O balão pode cair aceso em florestas, residências e indústrias, produzindo grandes prejuízos patrimoniais, ameaça ao nosso meio ambiente e até mesmo colocando a integridade física e a vida das pessoas em risco;
• Ainda segundo orientações do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, o uso de fogo para limpeza de terrenos é proibido e no caso de incêndio provocado em mata ou floresta, a Lei de Crimes Ambientais, no art. 41, prevê a pena de reclusão de dois a quatro anos e multa.
• Em caso de incêndios o telefone de emergência dos Corpos de Bombeiros é o 193.
A entidade ainda destaca que são vários os fatores que podem acarretar em um incêndio florestal. Todavia, quanto mais pudermos nos antecipar, mais precavidos estaremos caso algo aconteça. (Da Redação com Informações CNM)