Prefeitos de todo o Tocantins, representados pela Associação Tocantinense de Municípios (ATM), estão decepcionados e manifestam repúdio à notícia de que o Auxílio Financeiro aos Municípios (AFM) brasileiros, no montante de R$ 2 bilhões, não será mais liberado em 2017 pelo Governo Federal.
O auxílio foi uma solicitação do movimento municipalista nacional à Presidência da República ocorrida em novembro, durante mobilização de prefeitos na capital federal. À época, os gestores alegaram que a oscilação dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e a redução da arrecadação reduziram os recursos em caixa, o que, consequentemente, dificultou as gestões municipais em cumprir com compromisso e obrigações neste fim de ano, como o pagamento do 13º salário e débitos finais com fornecedores.
À época, o presidente Michel Temer reuniu-se com representantes da ATM, Confederação Nacional de Municípios (CNM) e entidades estaduais para firmar e garantir o acordo de repasse do AFM. Posteriormente, no dia 13 de dezembro, Temer reafirmou o compromisso diante de centenas de prefeitos presentes no Palácio do Alvorada, tendo a participação dos ministros da Fazenda, Henrique Meireles; Planejamento, Dyogo Oliveira; ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha; ministro Chefe da Secretaria da Presidência, Moreira Franco e o senador Wellinton Fagundes.
Segundo a ATM, os ministros do Planejamento e da Fazenda, que estiveram nas reuniões com as lideranças municipalistas brasileiras, garantiram o pagamento ainda este ano. Porém, agora se negaram a assinar a Medida Provisória e comunicaram que editarão um Projeto de Lei criando um Programa Especial de Auxílio aos Municípios, que deverá passar pelo Congresso Nacional, fazendo com que o AFM chegue efetivamente nos cofres municipais somente no ano de 2018.
Segundo a ATM, o repúdio reside no fato de que centenas de prefeitos do Tocantins tiveram seus planejamentos referentes ao encerramento financeiro do exercício prejudicados, já que os gestores confiaram na palavra do presidente Michel Temer de que os recursos entrariam em 2017. Porém, segundo a entidade municipalista, o gestores se veem agora sem a garantia dos recursos e com os compromissos de fim de ano comprometidos, frente a falta de palavra dos representantes do Governo Federal.
A ATM reitera que a situação financeira de mais de 100 municípios tocantinenses é delicada. Segundo a entidade, o Auxílio Financeiro traria alento aos gestores municipais diante dos compromissos previstos para o fim de 2017 e a atitude do Governo Federal prejudica as relações federativas entre municípios e a União, bem como a qualidade de vida dos munícipes, que seriam beneficiados com obras e serviços que, eventualmente, seriam também desenvolvidos com os recursos do AFM.
Por meio de nota a ATM afirma que os gestores continuarão mobilizados na busca de justiça fiscal e na distribuição do bolo tributário. “O sentimento que fica agora é o de revolta, pela confirmação de que o auxílio financeiro, tão necessário para os municípios, está condicionado às jogatinas políticas de Brasília. Lamentável”, declarou a entidade.