Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Economia

Presidente do Sindicamto, José Aparecido

Presidente do Sindicamto, José Aparecido Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Presidente do Sindicamto, José Aparecido Presidente do Sindicamto, José Aparecido

O Sindicato dos Caminhoneiros do Estado do Tocantins (Sindcamto) apoia o movimento grevista nacional e já participa da paralisação do transporte de carga no Estado do Tocantins. A direção da entidade juntou-se ao movimento nas cidades de Porto Nacional e Paraíso do Tocantins e no distrito portuense de Luzimangues. Nessas  localidades o protesto é comandado por uma comissão que tem a frente o caminhoneiro Amauri Lima.

Segundo o presidente do Sindcamto, José Aparecido do Nascimento, o movimento tem o objetivo de frear o aumento do combustível a nível nacional. Ele lembra que para isso é necessário que o governo retire a carga tributária do produto.

Para Aparecido o custo alto do petróleo prejudica todos os segmentos, desde o caminhoneiro a empresa que contrata o frete e o consumidor final, de quem é cobrado todos os custos que recai sobre o combustível.

Diante do movimento que ocorre em todo o Brasil o governo federal decidiu isentar o diesel da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Mesmo com essa iniciativa a paralisação continua, pois os caminhoneiros afirmam que a Cide é a parte menor da tributação e sua simples retirada não vai resolver a situação.

Juntamente com a Cide, pesam sobre o preço dos combustíveis impostos como PIS, Psep, Confins e ICMS, sendo que só esse último, cobrado pelos estados, representa 30% do valor da mercadoria.

Além da redução da carga tributária os manifestantes cobram a mudança na política de reajuste dos combustíveis da Petrobras que adotou nos últimos anos uma nova metodologia de reajuste de preços. A Petrolífera repassa para os combustíveis a variação da cotação do petróleo no mercado internacional e também a variação do dólar, o que tem promovido o aumento dos preços nos últimos meses.

Por conta dos reajustes diários no diesel, os caminhoneiros autônomos dizem estar no limite dos custos. Nos últimos 12 meses, o preço do diesel na bomba subiu cerca de 15,9%. O valor está bem acima da inflação acumulada em 12 meses, em 2,76%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Outra proposta do movimento nacional é que o governo e Petrobras deixem de reajustar o preço do diesel a cada seis meses.

Os impostos representam quase a metade do valor do combustível na refinaria. “A carga tributária menor daria fôlego ao setor, já que o diesel representa 42% do custo do frete”, considerou José Aparecido.

Nos últimos meses, porém, o petróleo tem apresentado forte alta, na semana passada, chegou a bater na casa dos US$ 80 o barril, valor que não registrava desde novembro de 2014.

Nem mesmo com a votação na Câmara Federal na noite dessa quarta-feira, 23, de um projeto de lei que prevê zerar, até o final deste ano, o PIS-Cofins que incide sobre o diesel, e com a decisão do governo em diminuir em 10% o valor do diesel pelos próximos 15 dias, fez o movimento recuar da paralização.

O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros, José Aparecido afirmou que a categoria não realiza a paralisação com felicidade, mas para ele é a alternativa que resta, para reverter à situação caótica que vive o transporte de carga no Brasil. Aparecido disse também que a categoria visa envolver a sociedade no movimento, pois assim será mais fácil alcançar a solução para a crise que angustia todos os brasileiros.

A paralisação nacional que bloqueia diversas rodovias em praticamente todos os estados é liderada pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam).