O candidato a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Tocantins, pela chapa OAB Independente, Gedeon Pitaluga, disse durante debate na Universidade Católica Dom Orione, em Araguaína, na noite desta última quinta-feira (22), que a Ordem precisa atuar com o foco no advogado. “A OAB não pode deixar o advogado órfão, porque a razão da Ordem existir somos nós advogados”, disse Gedeon Pitaluga arrancando aplausos da plateia. “A advocacia hoje passa por um processo de desmoralização no Estado do Tocantins e isso vai acabar a partir de janeiro de 2019, porque nós vamos sim ter um posicionamento claro, forte e intransigente em defesa do advogado. Essa história que a OAB não pode ser um sindicato é para quem não tem coragem para fazer os enfrentamentos que são necessários para defender o advogado para as prerrogativas da nossa classe não sejam violadas”, complementou.
Sobre a mulher advogada, Gedeon falou dos diversos projetos que serão implantados e defendidos pela OAB em 2019, como o respeito às leis que tratam sobre a mulher gestante em audiências, a melhoria de estrutura para atendimento das mães e seus filhos em Tribunais e Fóruns, além da defesa de uma valorização igualitária entre os gêneros. “Temos a Janay Garcia como candidata a vice-presidente, uma advogada respeitada no Estado e que tem uma luta gloriosa em defesa dos direitos das mulheres”, lembrou.
Gedeon também teve a oportunidade de tratar sobre anuidade cobrada pela Ordem. O candidato da chapa OAB Independente criticou o fato da anuidade no Tocantins ser uma das mais caras do Brasil e do pouco que a OAB retribui ao advogado. “A política atual de cobrança da anuidade é punitiva. Se você não pagar a anuidade hoje você é negativado, protestado, é executado, abre-se um processo disciplinar e até existe uma proposta defendida pelo candidato a vice da chapa situacionista que o advogado tenha seu registro no e-Proc cancelado. A nossa proposta é exatamente o contrário. E não me venha dizer que não pode e que não dá. Por que em outros estados dá? Por que nos outros estados se aplica a proporcionalidade no valor da anuidade e se aplica o congelamento ou a redução de valores”, questionou.
O tema OAB e Sociedade também foi tratado durante o debate. Gedeon alertou que a representatividade que a OAB constrói da classe se completa com o trabalho que tem o dever cívico de desenvolver em defesa da sociedade. “A OAB tem uma história de luta pela sociedade e precisa manter esse papel, mas também não pode deixar de cumprir o compromisso de ser o Sindicato do Advogado e agir na luta classista”, ponderou.
“Fico impressionado na retórica eleitoral dos candidatos. Quem ouve o candidato situacionista falar sobre a Caixa de Assistência do Advogado do Tocantins (CAATO) parece que não está no Tocantins. A realidade atual está muito longe do que estão falando aqui”, esclareceu Gedeon, citando falhas da atual gestão na condução da negociação do plano de saúde para os advogados e lembrou ainda que a OAB Prev ainda é de Goiás. “Deixaram passar 30 anos e ainda não conseguiram cortar o cordão umbilical de Goiás”, citou.
Sobre a Jovem Advocacia, Gedeon disse que a OAB precisa servir de apoio para que esses profissionais se mantenham no mercado. Esse apoio, segundo Gedeon se dá numa política de anuidade condizente com a realidade do advogado em início de carreira, além do suporte na qualificação desses jovens e na abertura para o mercado.
Quando o assunto foi a Escola Superior da Advocacia (ESA), Gedeon defendeu a modernização do sistema de qualificação proposto pela entidade. “Estamos na era digital e temos que acompanhar. A ESA precisa melhorar. A Escola está muito longe de ser o que queremos”, pontuou.
Ao final, Gedeon Pitaluga falou da diferença drástica entre as candidaturas e afirmou que seu projeto é o que mais se aproxima dos anseios da classe. “As propostas são bastante diferentes e essa diferença é conceitual. A chapa situacionista diz que está tudo bem com a gestão atual, que as coisas vão bem para a classe e parece viver num mundo de fantasia, porque a realidade é bem diferente. A outra chapa é de um grupo que já vinha administrando a Ordem por 25 anos. E tem a nossa proposta que é diferente mesmo. É uma proposta de quebrar paradigmas. É uma proposta de parar de falar que aqui não pode e aqui não dá, que nosso estado é inferiorizado, que temos que evitar desgaste. O que peço é a oportunidade de mudar a advocacia tocantinense e revolucionar a administração da Ordem”, concluiu.