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Saúde

Em 2019 o Tocantins registrou dois casos de morte por asfixia em bebês. Os números acendem um sinal de alerta, já que em 2018 a estatística registrou apenas um caso, contra três atendidos pela perícia em todo o ano de 2017. Para o Sindicato dos Peritos Oficiais do Estado do Tocantins (Sindiperito-TO), o aumento súbito preocupa, já que os casos notificados se referem apenas ao mês de fevereiro. 

Segundo Silvio Jaca, vice-presidente do Sindiperito, a causa da morte pode indicar diversas naturezas. Em algumas situações, a asfixia acontece porque muitos pais dormem junto com os bebês na cama e a movimentação, durante o sono pode asfixiar a criança. Em outros casos as mães podem cochilar na hora da amamentação e acidentalmente, acabam sufocando os filhos. 

Os números, conforme Silvio, representam as ocorrências notificadas e atendidas pela perícia. Há ainda as subnotificações em que a criança é socorrida e vai a óbito apenas no hospital ou que, na unidade de saúde, é atendida e sobrevive. Porém, de acordo com o vice-presidente, em ocorrências onde há morte no local, a perícia trabalha para esclarecer a causa. 

"O perito vai lá para se certificar que aquilo foi uma morte acidental. Tem bebês que morrem de causa natural, mas existem aqueles que são assassinados. Há situações desse tipo, por conta do estado puerperal da mãe, que pode ter uma depressão pós-parto e cometer um infanticídio. Muitos dizem que foi uma morte acidental, quando na verdade não foi. Em algumas situações a criança tem algum mal súbito ou engasga com algo, tem asfixia por engasgamento com leite ou algum objeto que engoliu. E, às vezes, quando adulto dorme com a criança acaba se movimentando e sufocando o bebê. O mais comum é por asfixia mecânica culposa ou asfixia por engasgar com objetivos ou alimentos", explica Sílvio. 

Ainda de acordo com o vice-presidente, em casos assim um inquérito é aberto para investigar as causas da morte e outra perícia é feita no Instituto Médico Legal (IML) chamada de necrópsia. Ela é realizada no cadáver do bebê para verificar o que ocasionou a morte. "Vamos ao local para ver as circunstâncias e a dinâmica do fato, quando é possível. Quando não é possível é feita a necrópsia para descobrir o motivo do óbito, se foi sufocamento ou se foi injetado alguma substância no bebê ou ainda se teve alguma fratura. Tudo isso é feito no IML 

Para evitar acidentes desta natureza a recomendação do perito é que a criança durma separada dos pais, ainda que no mesmo quarto, mais nunca dividindo a mesma cama. "Um bebê não tem estrutura física para suportar o peso de um adulto. Mesmo em um movimento rápido a criança pode sofrer uma fratura, ser sufocado. Se a família não tem condição financeira e precisa dividir o mesmo espaço, a orientação é tentar separar o bebê com um travesseiro, colocar um anteparo antes de dormir", afirma. 

O vice-presidente acredita que o trabalho da perícia é importante, já que estes profissionais fazem ainda o levantamento estatístico e alerta a população sobre os riscos, sempre com o objetivo de evitar novos casos. "Quando percebemos que algum tipo de crime está aumentando, a perícia trabalha para fazer um levantamento para apurar as causas de algumas ocorrências. Nossa intenção é reduzir os números e os riscos que ocasionam esse tipo de situação", finaliza.