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Foto: Divulgação

Mais de duas mil pessoas prestigiaram, nesta sexta-feira (18), audiência pública para debater a pavimentação da BR-242 em seu trecho tocantinense (TO-500) chamada Transbananal, com a presença do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. A audiência foi presidida pela senadora Kátia Abreu (PDT-TO) autora do requerimento na Comissão de Infraestrutura do Senado, que possibilitou a realização do evento. A rodovia ligará Tocantins e Mato Grosso, encurtando o percurso entre os estados e estimulando a produção agrícola.

A pavimentação da estrada é um anseio da população de todo sul do Tocantins e do Mato Grosso e conta também com apoio das comunidades indígenas Karajás e Javaés, que participaram da audiência.

 Kátia Abreu destacou que a Transbananal já existe sem pavimentação há muitos anos. “O que queremos é asfaltar o que já está aberto, sem necessidade de desmatar área adicional”, explicou.

A parlamentar pediu ao ministro que, no estudo de viabilidade econômica, seja levado em conta não só o que é produzido na região hoje, mas também o incremento que ocorrerá a curto e a longo prazo. Segundo ela, com o investimento em logística, a região do Matopiba será a maior potência agrícola do Brasil.

“Hoje o Mato Grosso é um gigante na produção, mas precisa escoar a produção até Rondonópolis, por  estrada, e de lá até seguir até o Porto de Santos. Com a rodovia, tenho certeza que a área de produção do estado vizinho dobrará. E ainda há a tendência de tanto a produção do Oeste da Bahia e do Sul do Piauí também passem por aqui. Seremos uma região de convergência de produção”, garantiu Kátia Abreu.

O ministro da Infraestrutura adiantou que a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) fará o estudo de viabilidade para calcular qual a melhor forma de financiar a pavimentação dos 90 km na Ilha do Bananal. Mas, independente do resultado, garantiu: a obra sairá do papel.  O ministro adiantou também que a comunidade indígena será ouvida em todo o processo.

“Está muito clara para nós a importância dessa rodovia. Sabemos que a partir da obra muita carga vai aparecer, mais áreas serão plantadas, e essa carga escoará pela continuação da BR-242. O estudo de viabilidade apontará se faremos a obra por meio de Parceria Público Privada (PPP) ou se será obra pública. Vamos colocar o que há de melhor no estudo e depois tirar isso do papel e transformar em realidade”, adiantou.

O governador do Tocantins, Mauro Carlesse afirmou que diálogo junto ao governo do Mato Grosso e o Governo Federal tem avançado. “Vamos construir essa estrada junto com Kátia Abreu e com todos nossos parlamentares. Respeitando o meio ambiente e nossos indígenas”, destacou.

Para o prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, anfitrião do evento, a construção da rodovia mudará não só a história da região como também será fundamental para o desenvolvimento do Brasil. Laurez lembrou que a rodovia impulsionará o turismo na Ilha do Bananal. 

Outras obras

Tarcísio aproveitou o grande público do evento para prestar contas dos investimentos em logística para a região. O ministro se comprometeu com o derrocamento do Pedral do Lourenço, falou da pavimentação da BR-242 de Peixe para Paranã e adiantou que leilão do aeroporto de Palmas acontece no ano que vem, gerando investimento de quase R$ 2 bilhões.

Entenda a importância da pavimentação

Apontada como fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil, a chamada Transbananal corta o país de leste a oeste, mas um encontra um problema no meio do caminho. É justamente a falta de continuidade na Ilha do Bananal. São cerca de 90km que precisam de pavimentação. Com a obra, a rodovia poderá se conectar com as BRs 242, 153, 158, com as ferrovias Norte-Sul e Leste-Oeste, e ainda ligar com a hidrovia Tocantins- Araguaia.

Impacto Econômico

Redução de 30% no custo de transporte por tonelada para o escoamento da produção de MT e TO. Travessia proporcionará o escoamento da produção mato-grossense, através da Ferrovia Norte-Sul, uma vez que os grãos poderão ser embarcados no Porto Seco da cidade de Gurupi (TO), distante apenas 330 km das áreas agricultáveis, seguindo para o Porto de Itaqui no Maranhão. A continuidade da Transbananal representa também aumento econômico para o Tocantins, com a possibilidade de dobrar a produção de calcário após a realização do projeto – valor da produção total hoje é R$ 334 milhões.