Os primeiros impactos da pandemia no mercado de trabalho tocantinense foram divulgados nessa quarta-feira, 24, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid19 Mensal. Conforme os resultados, dos 611 mil tocantinenses de 14 anos ou mais que tinham uma ocupação em maio, 114 mil (18,7%) foram afastados e 50 mil ficaram sem remuneração. Isso equivale a 8% da população ocupada no estado e a quase metade (44%) das pessoas que estavam afastadas de seus trabalhos.
Outros pontos da pesquisa que refletem o momento de crise e merecem destaque são: Das 114 mil pessoas que estavam afastadas de seu trabalho, 97 mil (ou 15,9% do total da população ocupada no Tocantins) era devido ao distanciamento social, o restante estava afastada por motivo de doença, licença maternidade, qualificação, entre outros; das pessoas ocupadas e não afastadas do trabalho, 31 mil (6,3%) trabalhavam de forma remota; e o rendimento efetivo médio de 172 mil trabalhadores tocantinenses (28,7%) foi menor que o normalmente recebido.
O levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está sendo realizado com o apoio do Ministério da Saúde para estimar o número de pessoas com sintomas associados à síndrome gripal e monitorar os impactos da pandemia no mercado de trabalho. O IBGE ressalta que embora a pesquisa esteja monitorando a ocupação, os dados dela não devem ser comparados com os da PNAD Contínua, pois esta possui uma metodologia diferente e é a pesquisa oficial da área de rendimento e trabalho.
Força de trabalho
A PNAD Covid19 estimou que o Tocantins tinha em maio 1,2 milhão de pessoas com 14 anos ou mais de idade, a chamada população em idade de trabalhar. A população na força de trabalho era de 676 mil, dos quais 611 mil eram ocupados e 65 mil desocupados. Já a taxa de desocupação no estado ficou em 9,7%.
Conforme o levantamento, 268 mil tocantinenses estavam trabalhando sem vínculo formal, em maio. As pessoas foram classificadas como trabalhadores informais quando ocupadas como empregado do setor privado sem carteira; trabalhador doméstico sem carteira; empregador que não contribui para o INSS; trabalhador por conta própria que não contribui para o INSS e trabalhador não remunerado em ajuda a morador do domicílio ou parente.
A população fora da força de trabalho no estado somava 544 mil pessoas, dos quais 208 mil (38%) não procuraram trabalho, mas gostariam de trabalhar, e 139 mil (25,6%) não procuraram principalmente devido à pandemia ou porque faltava oportunidade na localidade em que residiam, mas também gostariam de trabalhar.
A pesquisa revelou ainda que no Tocantins 50% dos domicílios receberam algum auxílio relacionado à pandemia. Entre os benefícios, estão o Auxílio Emergencial e a complementação do governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.
Cenário nacional
No país, entre os 84,4 milhões de trabalhadores, 19 milhões (ou 22,5%) estavam afastados do trabalho que tinham na semana de referência e 15,7 milhões (ou 18,6%) estavam afastados devido ao distanciamento social. O Nordeste apresentou o maior percentual (26,6%) de pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social, seguido do Norte (23,3%), enquanto a região Sul foi a menos afetada (10,4%).
Entre as Unidades da Federação, Amapá apresentou o maior percentual (35,2%) de pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social e Rondônia o menor (8%). Tocantins ficou em 18º no ranking nacional (15,9%) e comparando com os demais estados da Região Norte foi o segundo menos afetado.