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Saúde

Servidores estaduais da saúde em Porto Nacional denunciam descaso do Governo do Estado com a categoria sobre a falta de equipamentos de proteção individual em quantidade e qualidade e assistência aos profissionais contaminados pelo vírus da covid-19.

Na denúncia encaminhada ao Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Tocantins (SINTRAS-TO) os servidores informaram que a cada dia está aumentando o número de profissionais infectados no Hospital de Referência de Porto Nacional (HRPN) e o governo não estaria dando a devida atenção para a recuperação dos mesmos.

Eles ainda revelam que na unidade de saúde não tem medicação para os profissionais acometidos pela doença no intuito de prover melhora do quadro de saúde dos mesmos.

Os profissionais dizem ainda que o ideal é o Estado fornecer aos servidores o  exame adequado para detectar a covid-19, porque só o teste rápido não estaria dando resultado preciso, e um profissional infectado acaba transmitindo o vírus para outros colegas de trabalho e também para os pacientes internados na unidade de saúde.

Segundo Luzivânia Barbosa de Souza, uma das profissionais acometidas pela doença, o teste rápido não gera um resultado eficiente. Ela diz que é necessário disponibilizar aos profissionais o exame específico para diagnosticar o vírus.

KITs para os profissionais

A técnica de enfermagem informa ainda que os profissionais estão a mercê da própria sorte, pois a direção da unidade hospitalar não estaria preocupada com os servidores. “O ideal é que o governo disponibilizasse um kit para atender os profissionais acometidos pela doença em busca da sua recuperação. No kit contendo testes rápidos e medicação que venha a propiciar o combate do vírus”, diz Luzivânia.

Ela disse que os equipamentos de proteção são distribuídos de forma mínima, o que não atende uma proteção eficaz, como por exemplo, para cada plantão é distribuídos somente duas máscaras por profissional, o que conforme as medidas de segurança, uma máscara do protege o profissional no máximo duas a três horas dependendo do setor de atuação.

O presidente do Sintras, Manoel Pereira de Miranda, tem exposto ao governo a grande preocupação da entidade cobrando diariamente o amparo aos profissionais principalmente os que estão atendendo pacientes suspeitos de contaminação do novo coronavírus.

Entre as cobranças e especificamente aos pacientes do Hospital de Referência de Porto Nacional, o sindicato encaminhou expediente de n° 187/2020 Sintras-TO/GAB/PRES, no dia 9 deste mês, solicitando solução para as irregularidades adotando medidas de proteção para os servidores.  

No documento o sindicato cobra informações do quantitativo de profissionais infectados, quantos fizeram teste rápido, quantos estão em isolamento e quantos foram a óbito. Além disso o presidente cobra reunião para buscar junto à gestão medidas emergências intensificando maior proteção a categoria que estão corajosamente doando sua vida pelo próximo, é o que informa o presidente do sindicato. “Os profissionais da saúde do Tocantins estão apreensivos e tensos com essa situação. Saem de casa sem saber como voltam, por isso que estamos cobrando do governo medidas práticas e emergenciais até mesmo para tranquilizar os servidores”, diz Manoel Miranda.

O sindicato relata que a tensão entre os profissionais aumenta mais ainda quando vai a óbito colegas de trabalho como aconteceu com o técnico de radiologia Norberto Silva de Porto Nacional, ou como ocorre no Hospital de Referência de Araguaína com vários profissionais também acometidos pela doença em estado grave. No último sábado foi a óbito a enfermeira Rosimeire.

Falta de segurança

Segundo o Sintras, um fato que comprova mais ainda o descaso do governo com os profissionais que laboram no Hospital de Porto Nacional devido à falta de segurança ocorreu neste último domingo após uma paciente psiquiátrica quebrar vários equipamentos e móveis da unidade de saúde.