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Estado

Foto: André Araújo

Foto: André Araújo

Um médico cardiologista do Hospital Geral de Palmas (HGP) foi demitido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) após denunciar irregularidades na unidade de saúde.

Marcus Vinícius Camargo Pires teve o contrato extinto no último dia 12, um dia após informar ao Comitê Executivo para Monitoramento das Ações da Saúde no Tocantins (Cemas) a presença de mais de 80 pacientes nos corredores do HGP, além da falta de sedativos e de um tipo de cateter utilizado em hemodiálises, situação que deixou uma criança de 13 anos sem acesso ao tratamento devido.

As demandas foram apresentadas pelo médico em um grupo de mensagens do Cemas do qual participam autoridades do Judiciários e da SES, entre elas o próprio secretário de saúde do estado, Luiz Edgar Leão Tolini, que saiu do grupo horas depois da repercussão da mensagem enviada pelo médico.

A rescisão do contrato de trabalho de Pires “a pedido da administração pública” foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) do dia 20 de agosto.

O advogado do cardiologista, Guilherme César de Melo Sena, ingressou com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ) alegando que a demissão de Pires em meio à situação de emergência em saúde provocada pela pandemia de covid-19 é ilegal.

De acordo com a defesa, a exoneração do médico foi uma forma de reprimenda e vingança. O profissional teria agido de acordo com o Código de Ética Médica, alega. “É preciso, então, novamente se perguntar: em que contexto, senão o de um regime autoritário, informes sobre a irregularidades na prestação do serviço de saúde pública poderiam justificar o desligamento do médico do exercício de suas funções em plena situação de emergencial em saúde?”, questiona a defesa na peça.

Marcus Vinícius Pires é filho do ex-vice-governador do Tocantins, Raimundo Pires e da ex-vereadora Warner Pires. Ele atuava como plantonista da sala-vermelha do HGP, era supervisor do Programa de Residência de Clínica Médica da UFT e preceptor do internato de medicina na UFT, Unirg e ITPAC, além de conselheiro do Conselho Regional de Medicina (CRM), do Conselho Estadual de Saúde (CES ) e membro do Comitê Executivo para Monitoramento das Ações da Saúde no Tocantins (Cemas).