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Palmas

Foto: Divulgação Sesmu

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A partir desta segunda-feira, 27, apenas 50% da frota de veículos do transporte coletivo de Palmas mantém funcionamento. Com a greve dos motoristas, por tempo indeterminado, a tendência é que os pontos de ônibus e as estações da capital registrem aglomerações de cidadãos em busca de transporte. 

Ao Conexão Tocantins o presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transportes Rodoviários e Operadores de Máquinas do Estado (Simtromet), José Antônio de Carvalho, disse que o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros (Seturb) até então não apresentou posição em relação à paralisação e que a maior cobrança dos profissionais é a redução da intrajornada (folga para descanso e alimentação) - das atuais 5h40, para no máximo 2h. "A categoria está cansada, tentando modificar para no máximo duas horas e nunca obteve êxito. Temos motoristas com 15, 20 anos de trabalho", afirmou. 

Segundo ele, em ocasião anterior, o Seturb propôs o pagamento de retroativos, mas que só pagaria se a greve fosse extinta. "Mas nossa reivindicação não é só salarial", frisa José Antônio. 

O presidente reforçou os esforços dos profissionais na capital. "É lamentável que o trabalhador tenha que fazer isso, mas a culpa não é do trabalhador. Mesmo com a pandemia, trabalhamos todos os dias e a jornada foi triplicada aos que ficaram, já que mais de 100 funcionários foram mandados embora. O motorista está trabalhando redobrado, além de não ter as condições adequadas de higienização, estando na linha de frente", disse. 

Aos usuários do transporte público, José Antônio disse lamentar a situação, mas frisa anseios da categoria de trabalhadores em melhorar condições, inclusive, aos que necessitam dos serviços. "Infelizmente a população está sofrendo, mas não é de hoje. Desde que existe o transporte público a população sempre reclama. A nossa reivindicação é também por melhorias aos usuários do transporte público. O Simtromet também brigou pelo não reajuste tarifário e luta por estrutura, banheiros, bebedouros. Estamos pedindo para a categoria e também para a comunidade em geral", afirma. 

Audiência 

Na sexta-feira, 24, em audiência de mediação entre o Seturb e Simtromet, a Prefeitura de Palmas garantiu reajuste salarial do setor em 10,22% a partir de junho. Embora resolvida a questão salarial, durante a audiência, a defesa do Simtromet condicionou a suspensão do indicativo de greve à redução da intrajornada. Sem acordo com o Seturb, o Simtromet levou para assembleia da categoria a proposta do MPT, de suspender a greve por 15 dias, até o repasse do subsídio da prefeitura ao Seturb, e posterior retomada das negociações com as empresas quanto à intrajornada. A proposta foi negada pela categoria, que manteve a paralisação, com a garantia da manutenção de 50% do serviço de transporte coletivo. A mediação foi proposta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). 

Posicionamento da Prefeitura de Palmas 

Por meio de comunicado, a Prefeitura de Palmas informou que vem, desde a semana passada, participando e acompanhando as tratativas que envolvem o sindicato e as empresas de transporte público urbano e que na audiência de conciliação realizada pelo MPTO a Prefeitura reafirmou seu compromisso de fazer o repasse do subsídio tarifário em razão da manutenção do valor da tarifa, retroativo a junho de 2021.

Esclareceu ainda que as demais reivindicações trabalhistas da categoria são em face das empresas concessionárias, não cabendo à Prefeitura de Palmas interferir no contencioso.

Em relação ao cumprimento da prestação mínima do serviço, a Prefeitura informou que está notificando o Seturb e o Simtromet para que adotem as medidas necessárias à continuidade e manutenção dos serviços de transporte coletivo, sob pena de adoção das medidas administrativas e judiciais cabíveis.

Segundo a prefeitura, haverá audiência na tarde desta segunda, na justiça do Trabalho, para tratar sobre a greve.

A Prefeitura solicitou apoio aos agentes da Agência de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (ARP), à Guarda Metropolitana e aos agentes de Trânsito, que vão atuar junto aos terminais para garantir a prestação do serviço e a segurança dos passageiros. (Matéria atualizada às 13h)