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Cultura

Existe uma trindade de diretores britânicos contemporâneos que surgiram mais ou menos no mesmo momento e que conquistaram Hollywood com notória rapidez, comandando filmes de grande orçamento, repletos de estilo e muito elogiados.

Assim como Joe Wright e Edgar Wright, o artista Matthew Vaughn foi absorvido pela maior indústria cinematográfica do mundo e hoje comanda uma das franquias mais lucrativas de Hollywood: Kingsman.

Com a proximidade da estreia da terceira iteração da saga com King’s Man: A Origem, um spin-off que contará a história da fundação da agência de espionagem mais secreta do mundo, esse é o momento ideal de ver e rever as principais obras desse grande cineasta através dos Planos SKY.

Kingsman: Serviço Secreto

Embora Vaughn já tivesse conquistado grande prestígio e muito respeito na indústria como um excelente diretor de ação, nenhum de seus trabalhos anteriores se equipara à proeza técnica e artística que ele conquistou com Kingsman: Serviço Secreto, lançado em 2014.

Adaptando um quadrinho mediano de Mark Miller, Kingsman traz a história do jovem Gary “Eggsy” Unwin acabando recrutado pela agência de serviço secreto que seu pai integrava. Largando uma vida de punk no subúrbio violento londrino, o rapaz passa por um treinamento intenso onde somente um dos participantes acabará aceito pela agência Kingsman.

Passando por provas absolutas lideradas pelo seu mentor e agente Harry Hart, Eggsy quase coloca tudo a perder de seus esforços para virar um agente secreto, mas quando uma ameaça global surge na figura do magnata obcecado por controle chamado Valentine, a agência terá de rever suas próprias diretrizes para apelar ao socorro de um agente novato e totalmente inexperiente: Eggsy.

X-Men: Primeira Classe

Sem saber o que fazer com a franquia X-Men, após o fracasso amargo de X-Men: O Confronto Final em 2006, a Fox teve que se reinventar e apostar em um cineasta até então nem tão convencional para injetar um sopro de vida na franquia.

O resultado dessa aposta foi positivo resultando no excelente X-Men: Primeira Classe, de 2011, que ajudou ainda mais Vaughn a se consolidar em Hollywood além de reerguer a franquia mais amada dos mutantes da Marvel.

Ao contrário do esperado, Primeira Classe é um filme de época, situado durante a Crise dos Mísseis dos anos 1960, inserindo os mutantes em um contexto histórico como peças fundamentais para preservar a sobrevivência humana.

Trazendo um elenco repleto de nomes de sucesso como Michael Fassbender, Jennifer Lawrence e James McAvoy que viraram sinônimos exatos para seus personagens - Magneto, Mística e Professor Xavier, respectivamente, o filme mostra uma eficaz e surpreendente história de origem para todos esses personagens estabelecendo um pontapé tão bem sucedido que conseguiu render mais três filmes com essa retomada.

Stardust: O Mistério da Estrela

Considerado o primeiro filme de verdadeiro grande orçamento da carreira de Vaughn, Stardust também marca a primeira vez que o cineasta começou a trabalhar com adaptações. Dessa vez com o romance de fantasia de Neil Gaiman, um dos maiores autores da atualidade tendo trabalhado também com quadrinhos.

De 2007, o filme traz a história de Tristan, um jovem simples que está apaixonado perdidamente pela bela Victoria. Como a moça é exigente, ele acaba buscando demonstrar seu amor da forma mais absoluta possível: entregar a ela uma estrela cadente.

Entretanto, essa jornada acaba o levando para um mundo místico e fantasioso de outra realidade. Porém, Tristan não é o único que está em busca da estrela. Sete outras pessoas e uma perigosa feiticeira querem capturar a estrela para terem o seu poder. A história se torna ainda mais complicada quando Tristan descobre que a estrela se transformou em uma garota chamada Yvaine e, para ela ir com ela, será preciso conquistar o amor dela também.

Kick-Ass: Quebrando Tudo

A importância histórica de Matthew Vaughn ainda será medida e qualificada por academicos em um futuro próximo, pois em 2010 ele trabalhou em algo que quebrou inúmeros paradigmas dentro da indústria hollywoodiana.

Muito antes de Coringa, The Boys, Logan, Invencível conquistarem uma legião de audiência, o terreno de super-heróis para um público adulto só foi desbravado por causa da coragem de Kick-Ass: Quebrando Tudo, marcando o primeiro trabalho de Vaughn em adaptar uma HQ de Mark Millar - uma estreia excelente.

Em um mundo sem super-heróis e com a criminalidade alta, o adolescente Dave Lizewski decide que irá se tornar um herói da noite para o dia. Seu nome de vigilante? Kick-Ass. Porém, já em sua primeira patrulha pela cidade, tudo dá terrivelmente errado e ele acaba hospitalizado em estado gravíssimo.

Entretanto, enquanto se recupera, Dave consegue chamar a atenção da dupla de vigilantes profissionais Big Daddy e Hit Girl que estabelecem contato para treiná-lo a fim de fazer ele ajudar em sua luta contra o crime organizado extremamente violento que assola a cidade.

Kingsman: O Círculo Dourado

Antes, Vaughn jurava que nunca trabalharia com sequências, mantendo a preferência por projetos originais. Porém, tudo mudou de figura com Kingsman: Serviço Secreto que foi um sucesso de bilheteria, conseguindo conquistar muitos fãs.

Três anos depois, o cineasta retorna com uma sequência que era para ser promissora, mas foi marcada como o pior filme de toda a sua carreira. Kingsman: O Círculo Dourado é maior, mais explosivo e mais ambicioso, mas sofre com um roteiro ruim repleto de críticas sociais que hoje já se encontram datadas - enquanto o original continua relevante até agora.

Na obra, a sede dos Kingsman sofre um grave ataque que praticamente dizimou toda a organização dos agentes secretos. Sem apoio e suporte, Eggsy acaba pedindo ajuda aos Statesman, uma outra organização secreta irmã da Kingsman que só atua nos Estados Unidos.

Com a união das duas agências, Eggsy trabalha com outros agentes para tentar salvar o mundo novamente e se vingar da destruição de seu lar causada pela maléfica Poppy, chefe da organização criminosa Círculo Dourado. Violento e com ótimas sequências de ação, o filme só deixa mesmo a desejar na história e no ritmo truculento. Ainda que fraco, consegue divertir.