O Corpo de Bombeiros Militar publicou nessa segunda-feira, 10, levantamento que revela o perfil das vítimas de afogamentos fatais e das características dos locais desse tipo de ocorrência no Tocantins. Em 2021, um total de 76 pessoas morreram no Estado. É o maior número em seis anos.
Uma das principais observações nos dados foi o deslocamento significativo das pessoas para locais não oficiais, sem guarda-vidas e sem sinalização, como praias, chácaras, pontos de pescas, entre outros, motivados, possivelmente, pelo isolamento durante a pandemia do novo coronavírus, da Covid-19. Esses locais, segundo o major Antônio Luiz Soares da Silva, comandante do 1º Batalhão facilitam a ocorrência de afogamentos quando não são tomadas as devidas precauções de segurança.
“O momento de pandemia é uma das hipóteses para o alto número de afogamentos, visto que as praias e balneários oficiais estavam fechados. E esses são locais com maior segurança e sinalização adequada. Com isso, os banhistas se deslocaram para pontos mais distantes e sem segurança”, observou o major.
Os dados estatísticos foram levantados conforme cada ocorrência de afogamento, levando em conta as características do local e da vítima. Ano passado, o mês de agosto teve o maior número de afogamentos durante o ano, chegando a 10 mortes. Os meses de abril e dezembro tiveram nove ocorrências cada.
Já os meses de setembro e novembro, tiveram o menor índice, com três afogamentos cada.
Também chamam a atenção nos dados, detalhes como: 43% das vítimas tinham ingerido bebidas alcoólicas; 87% das vítimas eram homens; 67% das vítimas sabiam nadar; 48% dos afogamentos ocorreram em locais com correntezas; 45% em rios; entre outros.
“A gente observou nas ocorrências, que 35% das vítimas tinham comportamentos de risco, que aumenta consideravelmente a chance de afogamentos, como as travessias de uma margem para outra, ou para um ponto no meio do rio, nadar se afastando da margem e ainda saltar de elevações. As praias e balneários oficiais estão com sinalização alertando para esse tipo de risco”, pontua o comandante do 1º BBM.
Miranorte
Em 2022, o Corpo de Bombeiros Militar já registrou o primeiro afogamento. O adolescente Ivan Gabriel Miranda Silva, 16 anos, saltou da ponte sobre o Rio Providência, que cruza a BR-153, em Miranorte. Ele teria nadado cerca de 500 metros, mas teria tido uma convulsão quando se preparava para sair por um barranco. Submergiu e não mais foi visto.
O caso ocorreu na sexta-feira, 7, de tarde. Desde sábado, 8, pela manhã, equipes de bombeiros militares realizam as buscas. O local está com nível de água elevado, de correntezas fortes e com águas turvas.