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Campo

 A missão do Sistema CNA/Senar percorreu, durante uma semana, áreas rurais no Rio Grande do Sul, esteve em propriedades, ouviu os relatos de produtores e familiares afetados pelas enchentes e fez um diagnóstico da situação para definir as ações necessárias que irão ajudar a reconstruir e recuperar a atividade agropecuária no Estado.

A missão faz parte do SuperAção Agro Rio Grande do Sul, programa do Sistema CNA/Senar que vai disponibilizar R$ 100 milhões em ações que envolvem o envio de cerca de 300 profissionais, entre técnicos e instrutores de vários estados, para reforçar a equipe que já está atuando no Rio Grande do Sul.

O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, e uma equipe de técnicos de Brasília percorreram mais de mil quilômetros todos os dias nas mais diversas regiões afetadas pelas enchentes em vicinais de difícil acesso à propriedade rural, em estradas parcialmente bloqueadas.

Além dos produtores, os integrantes da missão estiveram com representantes dos sindicatos rurais e com autoridades municipais para definir ações conjuntas necessárias ao meio rural.

"Muitos produtores perderam as casas, as lavouras, os animais, o solo, maquinários, equipamentos básicos. Tivemos uma tragédia e o tamanho do estrago foi muito grande e assustador em todas as cadeias produtivas, para todos os níveis de produtores”, afirmou Carrara.

Diagnóstico 

Os integrantes da missão do Sistema CNA/Senar estiveram em propriedades de pequenos produtores integrados, de grãos, de arroz, da pecuária de leite, de corte, da suinocultura, avicultura, de famílias que plantavam uva, hortas, pomares. Em cada região do Estado, os produtores enfrentam problemas e situações muito diferentes de acordo com a localização da propriedade e com o modelo produtivo.

O diretor-geral do Senar afirmou que os produtores têm uma necessidade enorme de apoio da instituição. "O presidente da CNA, João Martins, designou uma equipe de Brasília para que, juntamente com a administração regional do Senar no Rio Grande do Sul, fizesse o diagnóstico completo da situação. Com isso, nossa instituição vai poder ajudar da maneira mais eficiente possível. Com essa força-tarefa nacional, vamos conseguir aumentar a velocidade da recomposição da atividade produtiva. Em um primeiro momento, vamos trabalhar com cerca de 5 mil produtores de todas as regiões atingidas”.

Plano 

Carrara explica que, a partir desse diagnóstico, será elaborado um plano de recuperação individual por propriedade, similar ao que é feito nas ações do Senar com a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).

"Mas aqui vamos lidar com situações extremas. Em determinadas regiões, principalmente nas margens de rios, os produtores perderam o solo completamente e algumas propriedades estão com mais de um metro e meio de lama. Em outras, as enchentes e as pedras que desceram das encostas deixaram um rastro de destruição. Em algumas situações, onde for possível, algumas propriedades terão que ser deslocadas para lugares mais altos e eventualmente até mudar o tipo de produção, mas isso tudo vai depender de uma avaliação dos nossos técnicos de campo, juntamente com o apoio dos sindicatos rurais e dos municípios”, afirmou.

Necessidades 

O diretor-geral do Senar afirmou que é fundamental ajudar os produtores nesse recomeço, para que consigam retomar a produção. "Em atividades muito impactadas como, por exemplo, suinocultura, avicultura e pecuária de leite, já vamos enviar e reforçar a ajuda com técnicos dessas cadeias produtivas. Outras propriedades ainda estão sem energia. O Senar vai encaminhar técnicos de eletrificação rural pra fazer a recomposição da rede e até capacitar a mão de obra local para ajudar na recuperação de propriedades vizinhas. Dar manutenção de equipamentos, ajudar na reconstrução de galpões, com a comida para os animais, enfim, são muitas as ações possíveis e necessárias”, disse Carrara.

Outra preocupação é com o escoamento da produção. A cheia dos rios na região também provocou a queda de pontes, barreiras e danificou estradas vicinais e outras vias de ligação entre cidades. (CNA/Senar)