A retinopatia diabética é uma complicação ocular comum em pessoas com diabetes mellitus. No Brasil, estudos indicam que a retinopatia está presente entre 24% e 39% dos pacientes diabéticos, sendo uma das principais causas de perda de visão em indivíduos com idades entre 20 e 75 anos. A doença ocorre devido a alterações nos vasos sanguíneos da retina, causadas pelos altos níveis de açúcar no sangue característicos do diabetes descontrolado. Em muitos casos, a retinopatia pode evoluir sem sintomas aparentes, o que torna o diagnóstico precoce essencial para preservar a visão.
No Brasil, estima-se que cerca de 4 milhões de pessoas sejam afetadas por essa complicação, número que pode ser ainda maior devido à falta de exames preventivos. "Infelizmente, muitos pacientes só procuram atendimento quando já apresentam uma perda significativa de visão, o que limita as possibilidades de tratamento", destaca o oftalmologista Dr. Giusepe Graciolli, do Hospital de Olhos de Palmas. Ele ressalta a importância de consultas regulares para pessoas com diabetes, inclusive aquelas que não apresentam sintomas.
Os fatores de risco para o desenvolvimento da retinopatia diabética incluem o tempo de duração do diabetes, controle inadequado dos níveis de glicose, pressão arterial alta e colesterol elevado. Além disso, o tabagismo e a ausência de atividades físicas podem acelerar o surgimento de complicações. "O controle dos fatores de risco pode retardar o avanço da doença, mas é essencial que as pessoas com diabetes realizem exames oftalmológicos regularmente para identificar alterações na retina antes que os sintomas se manifestem", explica.
Entre os sintomas mais comuns estão o surgimento de manchas escuras ou borrões na visão, dificuldade em enxergar detalhes e perda de visão progressiva. No entanto, é importante frisar que a doença pode evoluir de forma silenciosa, sem apresentar sinais perceptíveis nos estágios iniciais.
O tratamento para a doença pode incluir o controle do diabetes, laser, injeções de medicamentos diretamente no olho e até cirurgias, dependendo do grau de comprometimento da retina. Recentemente, a medicina avançou com terapias mais modernas que ajudam a controlar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. "Hoje, conseguimos retardar a evolução da retinopatia com tratamentos menos invasivos e mais personalizados. No entanto, quanto mais avançada a doença, menores são as chances de recuperação completa da visão", ressalta o especialista. (Precisa/AI)