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Polí­tica

Foto: Vinicius Rocha

Foto: Vinicius Rocha

Os deputados federais Ricardo Ayres (Republicanos), Carlos Gaguim (União) e Filipe Martins (PL), juntamente com o prefeito de Araguatins, Aquiles da Areia, e o suplente de deputado Wanderley Milhões, reuniram-se nessa terça-feira, 17, com o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Aldrighi, em busca de uma solução equilibrada para garantir a permanência das comunidades ribeirinhas, de pescadores e quilombolas na Ilha de São Vicente.

A reunião, articulada por Ricardo Ayres a pedido da Prefeitura de Araguatins e lideranças locais, teve como foco preservar os direitos das famílias que habitam a região há mais de um século. Participaram do encontro representantes das comunidades, como o vereador Marlúcio Oliveira, o presidente da comunidade ribeirinha Valdemir Fernandes, o presidente da Associação Vila Jerusalém Israel Feitosa e Maria Elineides, secretária da Associação Ribeirinha.

O Impasse

A Ilha de São Vicente, localizada em Araguatins, abriga famílias ribeirinhas e pescadores com histórias centenárias e raízes culturais profundas. Contudo, essas comunidades enfrentam a ameaça de desapropriação devido à criação de um território quilombola, que, segundo os ribeirinhos, foi instituído sem diálogo adequado com os moradores locais.

O deputado Ricardo Ayres destacou a necessidade de regularização fundiária que contemple os direitos de todos os envolvidos. “Defendemos essas famílias que construíram suas vidas às margens do rio. Queremos uma solução justa, que respeite tanto a comunidade ribeirinha quanto a quilombola, sem que ninguém precise abandonar a terra onde vive há décadas”, declarou Ayres.

O deputado Filipe Martins reconheceu a complexidade da questão. “Esse é um desafio que envolve direitos históricos, sociais e culturais. Precisamos de união entre lideranças e comunidades para um desfecho que respeite a dignidade de todos”, afirmou.

O suplente de deputado Wanderley Milhões reforçou o impacto humano do conflito. “Ver famílias que criaram memórias e raízes sendo forçadas a sair é desolador. Essas comunidades sempre viveram em harmonia, e nosso objetivo é preservar essa convivência pacífica”, disse.

O presidente da comunidade ribeirinha, Valdemir Fernandes, defendeu a coexistência. “O território pode comportar a todos. Queremos conciliação e direitos iguais para todos.” Já a professora Maria Elineides lembrou que os direitos humanos e constitucionais dos ribeirinhos são garantidos pela Constituição Federal e precisam ser respeitados.

Encaminhamentos

O prefeito Aquiles da Areia anunciou que a Prefeitura apresentará um pedido formal ao Incra para revisão técnica, anexando provas do vínculo histórico das famílias com a região. Em resposta, César Aldrighi garantiu que as notificações de desocupação serão suspensas enquanto o processo de revisão estiver em andamento. Ele também se comprometeu a enviar uma equipe técnica para uma visita in loco em fevereiro de 2025, que incluirá audiências públicas com as comunidades.

Caminho para a convivência pacífica

O prefeito Aquiles da Areia afirmou que o objetivo é promover a convivência harmoniosa entre ribeirinhos, quilombolas e pescadores, assegurando que todos possam viver com dignidade.

“Nosso compromisso é com a justiça social e o respeito à história dessas famílias. Continuaremos acompanhando o processo de perto, garantindo que nenhuma decisão seja tomada sem diálogo e análise criteriosa”, concluiu o prefeito.