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Economia

Leonardo Rocha, CFO da AG Antecipa

Leonardo Rocha, CFO da AG Antecipa Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Leonardo Rocha, CFO da AG Antecipa Leonardo Rocha, CFO da AG Antecipa

As novas regras para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciadas pelo governo preocupam pequenos e médios empresários em todo o País. A medida, que entrou em vigor sem necessidade de aprovação do Congresso Nacional, elevou a alíquota média do imposto em diversas modalidades de crédito, com impacto direto no bolso de quem depende de financiamento para manter o negócio de pé.

O aumento afeta principalmente as operações de crédito empresarial, que passaram a ter uma alíquota fixa de 0,95%, além de um adicional anual de 3% sobre o valor emprestado. No caso das empresas enquadradas no Simples Nacional, o custo subiu ainda mais, com a alíquota total indo de 0,88% para 1,95%, segundo levantamento publicado pelo portal Terra.

Na prática, isso significa que o crédito ficou mais caro, algo especialmente sensível para pequenos e médios empreendedores, que têm menos margem para absorver aumentos de custo.

“A alta do IOF é um baque direto no caixa das PMEs, que muitas vezes dependem do crédito rotativo ou de financiamentos de curto prazo para manter as operações em dia. Essa mudança exige um olhar mais criterioso para o planejamento financeiro”, alerta Leonardo Rocha, sócio-diretor da AG Antecipa, empresa especializada em soluções de crédito para empresas.

Para ele, é fundamental que o empreendedor avalie com atenção os custos embutidos antes de tomar qualquer empréstimo neste novo cenário. “Se você está considerando pegar um financiamento agora, é hora de revisar seu planejamento. O que fazia sentido ontem talvez não feche a conta hoje”.

Segundo Rocha, nem tudo está perdido: ainda há alternativas no mercado que permitem acesso a capital sem a incidência do IOF. “A antecipação de recebíveis, por exemplo, continua sendo uma operação isenta. É uma saída inteligente para quem precisa de fôlego no caixa sem arcar com esse novo custo tributário”.

A antecipação funciona como uma espécie de ‘adiantamento’ de valores que a empresa tem a receber de clientes, seja via boletos ou vendas a prazo. Com o crédito tradicional mais caro, esse tipo de operação ganha força como forma de manter a liquidez do negócio.

Para os especialistas, o mais preocupante é o modo como a mudança foi implementada. “Essa foi uma decisão tomada de forma abrupta, sem debate prévio, o que gera insegurança. Empresas que estavam em fase de negociação de crédito foram diretamente afetadas do dia para a noite”, afirma Rocha.

Setores como comércio, serviços e indústria de menor porte tendem a sentir o impacto de forma mais imediata. A UNECS (União Nacional das Entidades do Comércio e Serviços) já criticou publicamente a medida, alegando que ela penaliza o setor produtivo e pode inibir investimentos em um momento em que a economia ainda busca estabilidade.

Alternativas menos onerosas

Além da antecipação de recebíveis, o empresário deve estar atento a linhas específicas de crédito que ainda contam com isenção de IOF, como aquelas voltadas à compra de máquinas e equipamentos. Plataformas de fintechs também podem oferecer condições mais competitivas, com processos menos burocráticos. “O importante é não tomar decisões precipitadas. Há alternativas no mercado, mas é preciso pesquisar, comparar e entender qual faz mais sentido para a realidade da empresa”, recomenda Rocha.

Para empreendedores em dúvida, a dica é buscar orientação especializada. “Estamos à disposição para esclarecer os impactos dessa mudança e indicar caminhos mais vantajosos. Em um momento como esse, informação e planejamento fazem toda a diferença”, completa.