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Economia

O setor pet deve chegar a um faturamento de R$ 77,2 bilhões em 2025, com base nas projeções mais recentes da Abinpet e do Instituto Pet Brasil. O cálculo considera os números coletados até o final do 1º semestre deste ano. O crescimento em relação a 2024 é de 2,42%, uma revisão para baixo desde a projeção com base no 1º trimestre, e que apontava crescimento de 3,5%.

Em 2024, o setor já havia alertado para a estagnação, quando cresceu 9,6% em relação ao ano anterior, não chegando aos dois dígitos pela primeira vez desde 2019, ainda antes do início da pandemia de covid-19.

As entidades avaliam que, junto da inflação, câmbio e desaceleração do consumo são influências negativas. No caso do câmbio, o valor do dólar influencia no preço de ingredientes básicos de produtos como o pet food. “O setor pet segue sólido, mas os resultados projetados para 2025 refletem os desafios econômicos e o peso da alta tributação sobre os produtos e serviços do setor”, comenta Caio Villela, presidente do Instituto Pet Brasil.

A venda de alimentos industrializados para animais de estimação tem previsão de encerrar 2025 com R$ 40,82 bilhões (52,9% do total do setor). Em seguida, vem a venda de animais por criadores, representando R$ 8,5 bilhões, ou 11% do faturamento do mercado. Logo depois, os produtos veterinários (pet vet) representam R$ 8,2 bilhões, ou 10,6% do total do faturamento do setor. Serviços veterinários são o quarto maior segmento em faturamento, com R$ 8,1 bilhões (10,6%).

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Em relação aos canais de acesso, pet shops pequenos e médios permanecem como quase metade de todo movimento do varejo. O 1º semestre indica que esse setor movimentará R$ 37,12 bilhões. Em segundo lugar estão as clínicas e hospitais veterinários, que representam cerca de 17,5% do faturamento (R$ 13,5 bilhões). Completando o pódio, as cadeias de mega stores pet tem uma fatia de 9,6%, faturando R$ 7,4 bilhões.

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Dentro do segmento de e-commerce, o varejo especializado mantém a frente e segue sendo o segmento que mais vende. Os pet shops virtuais representam 37,3% do faturamento, com R$ 2,29 bilhões, seguido pelas lojas virtuais das mega stores, com R$ 1,98 bilhão (32,2%) e pelas lojas virtuais de pequenos e médios pet shops, com R$ 1,23 bilhão (21,0%).

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“Apesar da relevância crescente do digital, este crescimento mais tímido é uma preocupação. O consumidor está mais criterioso, o que reforça a necessidade de estratégias eficientes para manter a competitividade. O IPB segue acompanhando esse cenário e reforça a importância de um ambiente tributário mais equilibrado para garantir o avanço sustentável da indústria pet”, declara Villela.

Indústria

A produção de pet food teve, pela primeira vez na história, uma queda. A redução de 0,6% em relação a 2023, e a previsão de nova queda em 2025 (-3,9%), fez com que a produção ficasse abaixo da casa das 4 milhões de toneladas, mesmo com o parque industrial brasileiro tendo potencial para superar os 9 milhões. A perspectiva de redução reflete as dificuldades do maior segmento do setor pet no cenário atual. “Calculamos que, para este ano, se o cenário tributário e o câmbio permanecerem como estão, a queda na produção poderá manter-se próxima a 4%”, prevê o presidente-executivo da Abinpet e membro do Conselho Consultivo do IPB, José Edson Galvão de França.

Reforma tributária

Um estudo econômico apresentado pela Abinpet e o IPB em Brasília em 2024 demonstrou os benefícios que seriam gerados para todo o país com a isenção tributária para o setor pet. De acordo com os levantamentos encomendados pelas entidades, a isenção de 60% poderia alavancar a produção industrial para até 9 milhões de toneladas anuais em potencial, e aumento geral, levando em conta toda a oferta de produtos e serviços, de 210% na arrecadação de impostos. "Acreditamos que a inclusão do setor pet nas alíquotas reduzidas é uma questão de justiça tributária e de saúde pública. Vamos continuar lutando por essa causa", diz Galvão de França.

Sobre a Abinpet

A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) representa uma indústria que congrega os segmentos pet food (alimento e ingredientes), pet vet (medicamentos veterinários) e pet care (equipamentos, acessórios e produtos para higiene e beleza). A entidade fortalece o setor por meio de ações que contribuem para o desenvolvimento de seus associados. Também atua para aumentar a percepção de que os benefícios da relação entre seres humanos e animais de estimação se estendem a toda a sociedade.