No Brasil, apenas 30% das empresas familiares chegam à segunda geração e menos de 10% à terceira, segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). A falta de planejamento sucessório é apontada como um dos principais motivos dessa alta mortalidade. Quando um sócio ou fundador falece sem regras claras, a empresa pode enfrentar paralisação administrativa, disputas com herdeiros e atrasos em decisões essenciais, afetando contratos, fornecedores e a operação do dia a dia.
O advogado Dr. Thércio Cavalcante, especialista em Direito Empresarial, explica que a previsão de sucessão deve estar formalizada em um acordo de sócios ou planejamento societário específico. “Sem isso, os herdeiros podem ter direito às cotas, mas não necessariamente à gestão da empresa. É fundamental definir critérios claros de apuração de haveres, regras para entrada de herdeiros e mecanismos de substituição dos sócios”, afirma.
Segundo levantamento da KPMG, 47% das empresas familiares brasileiras já possuem algum plano de sucessão formalizado, número que vem crescendo à medida que empresários percebem a necessidade de proteger o patrimônio e garantir a continuidade do negócio.
Para o especialista, o planejamento sucessório não é apenas uma questão jurídica, mas também estratégica. “Mais do que evitar conflitos, o objetivo é assegurar que a empresa continue operando e crescendo, mesmo diante da perda de um sócio. Um bom planejamento transforma um momento delicado em oportunidade de organização e segurança”, explica.
Além disso, a sucessão empresarial pode ser combinada a seguros de vida corporativos, cláusulas de compra de cotas e governança familiar, criando uma estrutura sólida que protege tanto os sócios remanescentes quanto os herdeiros. Um planejamento adequado é uma ferramenta indispensável para qualquer empresa que queira garantir continuidade, estabilidade e segurança patrimonial, mesmo diante de imprevistos. (Precisa/AI)