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Economia

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

A menos de dois meses da chegada da Reforma Tributária, 72% das empresas brasileiras de médio e grande porte ainda não estão preparadas para adaptar seus processos internos às novas regras de recolhimento e declaração de tributos sobre consumo, de acordo com o levantamento realizado pela empresa de tecnologia V360, que entrevistou 355 companhias dos setores de varejo, indústria, construção civil, agronegócio e tecnologia. A primeira fase da transição para o novo sistema entra em vigor em 1º de janeiro de 2026. 

A redefinição dos tributos sobre consumo e as mudanças nas formas de recolhimento exigidas das empresas tornam indispensável que os empresários iniciem imediatamente sua preparação para esse novo ambiente fiscal. Especialistas reforçam que, sem uma preparação imediata, as empresas correm o risco de sofrer prejuízos significativos e até colocar a continuidade das operações em risco. 

Para Andressa Garcia, contadora e especialista em planejamento tributário da Aliança Assessoria Contábil e Financeira, não se planejar é um erro que pode custar caro. "Muitos empresários ainda não perceberam que a Reforma vai muito além dos ajustes operacionais. Ela marca uma virada decisiva na forma como os negócios irão se estruturar financeiramente. Por isso, o momento exige ação imediata: realizar um diagnóstico tributário antecipado, simular os impactos do novo sistema, revisar contratos, margens, regimes e até o próprio desenho societário. Nesse cenário, o contador passa a atuar como um verdadeiro estrategista fiscal", afirmou. 

A orientação é que os empreendedores procurem apoio especializado o quanto antes para: 

-Identificar todos os tributos envolvidos em suas operações; 

-Simular as novas alíquotas e os impactos nas margens de lucro; 

-Avaliar oportunidades de reorganização societária e fiscal; 

-Revisar e redesenhar processos de compras, vendas e formação de preços; 

-Analisar a necessidade de migração de regimes tributários à luz do novo modelo. 

O que muda com a nova estrutura tributária? 

A regulamentação da Reforma já está em curso e deverá ser concluída até o final deste ano. Entre as mudanças mais relevantes estão: 

-Substituição do ICMS, ISS, PIS e Cofins por dois novos tributos: CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços); 

-Alterações na apropriação de créditos tributários, com impacto direto sobre o fluxo de caixa; 

-Mudança na base de cálculo e nas margens de lucro, exigindo revisão na precificação; 

-Fim de diversos regimes especiais que hoje garantem competitividade a certos setores. 

A Reforma Tributária de 2026 vai além de ajustes técnicos e representa um divisor de águas para a sobrevivência das empresas. O futuro dos negócios dependerá diretamente do grau de preparo, da organização fiscal e da agilidade para se adaptar às novas regras. Com uma contabilidade estratégica ao lado, o empresário tem a oportunidade de converter riscos em eficiência e transformar o cenário incerto em vantagem competitiva.