A Comissão de Direitos Humanos e Minorias pode votar nesta terça-feira, 18, requerimento dos deputados Ivan Valente (Psol-SP) e Luiz Couto (PT-PB) para realizar audiência pública sobre a morte do ex-presidente João Goulart.
Em janeiro deste ano, o ex-agente do serviço de inteligência do governo uruguaio Mario Barreiro afirmou à Folha de S. Paulo que a morte do ex-presidente João Goulart foi "encomendada" pelo governo brasileiro. Segundo ele, Jango foi envenenado, e a ordem de execução foi dada pelo então presidente Ernesto Geisel.
O ex-agente disse ainda que Sérgio Paranhos Fleury, à época delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), era o elo entre a inteligência uruguaia e o governo brasileiro. Barreiro está preso desde 2003 na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (RS).
João Goulart morreu em 6 de dezembro de 1976, na Argentina, oficialmente de ataque cardíaco. Ele governou o Brasil de 1961 até ser deposto pelo golpe militar em 31 de março de 1964, quando foi para o exílio.
Ivan Valente e Luiz Couto estranham o fato de a denúncia ter vindo à tona só agora, pois, segundo o jornal Brasil de Fato, o ex-agente uruguaio faz essa afirmação há oito anos.
A família do ex-presidente João Goulart pediu à Procuradoria-Geral da República que investigue a morte do governante. Em fevereiro, o Ministério da Justiça solicitou à Policia Federal que tome o depoimento do ex-agente. Após as investigações, poderá instaurar inquérito sobre a morte do ex-presidente.
Os parlamentares sugerem que a comissão ouça, além de Mario Barreiro, João Vicente Goulart (filho do ex-presidente), um representante do Ministério da Justiça e o deputado estadual gaúcho Adroaldo Loureio. Loureio foi relator da subcomissão da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa criada para colaborar com o Ministério Público Federal.
Da redação com informações Agência Senado