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Opinião

Desde da criação do Estado do Tocantins, o Partido dos Trabalhadores fez a opção estratégica de sempre aliar-se ao PMDB, e mesmo o partido no governo durante 12 anos, 04 anos de governo Avelino, 07 anos do governo Marcelo Miranda e 01 ano de Carlos Gaguim, o PT sempre atuou na Assembléia Legislativa com independência e compromisso social, sem composição nos governos com exceção do último governo onde em um breve período tivemos na Secretaria de Esportes, uma situação levada pela conjuntura eleitoral. Uma estratégia equivocada pois com raras exceções sempre votamos com o governo e sempre optamos em ficar fora do governo.

Essa forte relação política sempre deixou o PT na dependência da pauta do PMDB, em especial nos processos eleitorais, vale recordar 2002 onde apoiamos o Dep. Freire Junior para o Governo, e 2006 mesmo o PT sendo preterido pelo DEM para a vaga de Senado, a maioria dos líderes do partido optaram pelo apoio ao governador Marcelo Miranda que na época buscava sua reeleição, exemplo disso foi Paulo Mourão então prefeito de Porto Nacional, Prefeito Raul Filho, Deputada Solange dentre outros.

A eleição da Deputada Amália Santana e do Dep. José Roberto dá ao Partido dos Trabalhadores a condição de repensar nossa atuação no Parlamento Tocantinense. Pois a apesar de todo esforço do ex-Dep. José Santana atual prefeito de Colinas, seu mandato ficou isolado, sem as mínimas condições de trabalho, sendo considerado na Assembléia como Deputado de segunda categoria. Exemplo disso foi atuação da comissão parlamentar de inquérito contra o narcotráfico presidente pelo deputado petista e que não houve apoio e respaldo daquela casa leis em especial dos deputados do PMDB. Na época foi notado um tímico apoio e parceria apenas do então Dep. Sargento Aragão do PPS.

Temos que entender que internamente o grande erro histórico do PT não é compor com base governista na Assembléia mas sim apostar nas candidaturas de Raul Filho e depois Paulo Mourão para o governo do Tocantins, os dois colocaram uma discussão madura e aprofundada na lata do lixo, faltou ousadia e coragem. Compor com Carlos Gaguim foi a saída mais honrosa para partido naquele momento, mudando nossa estratégia de eleger Governador para eleger pelo menos um federal e uma boa bancada de estadual. Em boa medida a meta foi alcançada e vale ressaltar que sem o apoio igualitário para os candidatos do PT.

Da forma que a oposição ao atual governo vem atuando na Assembléia capitaneada pelo PMDB , obriga o PT a ousar e tomar uma decisão difícil devido ao seu processo histórico. Por outro lado a oposição tem sido inconseqüente, imatura e chantagista, práticas recentes dos últimos governos (MM e Gaguim) levaram o Estado ao caos, sistema prisional falido, saúde pública em calamidade, super faturamentos em obras e serviços, inchamento da máquina pública de nomeações desenfreadas de pseudo-s líderes políticos que no interior sistematicamente trabalham contra o PT e suas lideranças, desse tipo de política o PT não deve entrar.

O PT cumprirá o papel político de ajudar o atual governo aprovando leis que melhorem a vida do Povo de nosso Estado, o Estado não vai bem e no momento não podemos nos aliar a quem levou o Estado a este caos público. Confesso que levará um tempo para o PT creditar ao PMDB algum voto de confiança, como na política não existe em cima do muro, a opção de compor na Assembléia com os partidos que apóiam o atual governo é ousada, feliz e acertada, no momento haverá as reações mas durante nossa atuação na Assembléia ficará clara que o jogo que faremos é a favor do Estado, da Saúde, da Segurança, do Concurso Público, do Desenvolvimento agrário, da Moradia, da ajuda aos municípios, na garantia e ampliação dos direitos dos servidores de todas categorias, do combate às Drogas. Estamos dispostos a sofrer todo tipo de preconceito e discriminação para ajudar salvar nosso Estado das mãos daqueles que a qualquer custo querem inviabilizar o governo, pra eles o quanto pior melhor, neste tipo de posição o PT não pode entrar.

Quanto à postulação da Deputada Solange em presidir a Assembléia, considero legítima e democrática, porém a companheira ainda não alcançou a confiança do conjunto do partido para tal tarefa. Contra fatos não há argumentos, deixou de apoiar candidatos do PT para dobrar com candidatos do PR e DEM, e olha que ela tinha boas opções Maria Helena, Dr. Darci, Zé Messias e Donizeti, deixou de lado a candidatura do PT ao Senado por não sido escolhida candidata. Agora cobrar em público do PT companheirismo não dá. O gesto mais concreto de companheirismo do prefeito Raul e de Solange foi no dia 12 de novembro de 2010 exonerando todos os companheiros do PT que apoiaram Donizeti ou deixaram de apoiar João Ribeiro, é esse modelo que ela quer implantar na Assembléia, saibam que o PT tá ficando é velho não é doido não.

Tenho consciência e clareza que os constantes ataques ao nosso presidente Donizeti Nogueira tem sido por sua liderança junto ao partido e sua base, é um líder disciplinado, um incansável lutador pelas causas nobres de nosso Estado, é dirigente respeitado em nível nacional no Partido e no Governo, é difícil derrotar o companheiro Donizeti, pois enquanto muitos descansam usufruindo das benesses do Poder e da corrupção o companheiro dorme tarde e acorda cedo para liderar a luta dos trabalhadores por justiça, paz e solidariedade no campo e na cidade.

Erivelton da Silva Santos – Historiador e Militante do PT de Palmas