No dia 18 de junho a Comunidade Quilombola Cocalinho participará da culminância do projeto “As lutas de um Povo de uma Comunidade Quilombola”, realizado pela Escola Municipal Emanuel em parceria com o “Escravo, nem pensar!”
Neste ano, a abolição da escravatura completou 123 anos. Apesar disso, o Brasil ainda mantém escravizados em fazendas cerca de 25 mil trabalhadores. Como forma de combater a escravidão rural que acontece nos dias de hoje e resgatar a história de resistência e combate à escravidão vivido pelas comunidades quilombolas, a Escola Emanuel, da Comunidade Quilombola Cocalinho de Santa Fé do Araguaia realiza o projeto “As lutas de um Povo de uma Comunidade Quilombola”.
A Escola Emanuel produziu um vídeo com a história da comunidade, registrando os relatos dos moradores a respeito de suas experiências e memórias. Este vídeo será uma das atrações da festividade, que também contará com uma apresentação teatral, além de outras intervenções culturais. O encerramento será com a quadrilha seguida de um grande forró. Moradores da comunidade e das comunidades vizinhas estão convidados a participar.
O projeto tem como objetivo trabalhar a história da comunidade, resgatar a memória de suas lutas, sofrimentos e conquistas, e assim mostrar que a escravidão é um mal que ainda existe, mesmo que de formas diferentes, e precisa continuar sendo combatido, além da luta pela regularização e titulação de áreas específicas.
Ao todo, estão em andamento quinze projetos de prevenção ao trabalho escravo rural, espalhados por doze municípios de seis estados do Brasil – Mato Grosso, Tocantins, Pará, Bahia, Maranhão e Piauí. Eles são apoiados pelo programa de educação para prevenção e conscientização sobre trabalho escravo “Escravo, nem pensar!”, coordenado pela ONG Repórter Brasil.
Essas iniciativas recebem recursos financeiros e apoio técnico para colocarem em prática, ao longo do ano ações que mobilizam alunos e comunidade e ampliam o conhecimento sobre a exploração de trabalho escravo no campo e outros temas relacionados, como trabalho infantil e exploração sexual. Desde 2007, a ONG Repórter Brasil já apoiou financeiramente 50 projetos e essas ações têm sido fundamentais para fortalecer a rede de luta contra o trabalho escravo nos municípios.
Programa “Escravo, nem pensar!”
O programa “Escravo, nem pensar!” (www.escravonempensar.org.br), realizado pela ONG Repórter Brasil em parceria com a Comissão Pastoral da Terra, tem como objetivo diminuir, por meio da educação e da criação de redes de prevenção, o número de trabalhadores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste aliciados para o trabalho escravo na fronteira agrícola, e conscientizar a população de locais onde há incidência desse crime. Para isso, forma professores e líderes populares para atuarem na prevenção ao trabalho escravo nos municípios com alto índice de aliciamento ou de ocorrência desse crime. A partir do curso, os participantes são estimulados a multiplicar, na sala de aula e nas comunidades, as informações sobre esse tipo de violação dos direitos humanos.
Fonte: Assessoria de Imprensa