Estão acampados desde a noite de ontem, em frente à Assembleia Legislativa, dezenas de trabalhadores rurais sem terra que protestam contra a aprovação do novo Código Florestal, em votação no Congresso. Contudo, o deputado Paulo Piau (PMDB – MG), relator do processo, deixou de entregar seu relatório, o que adiou a votação para a próxima semana. O Código Florestal tem sido alvo constante de ruralistas, camponeses e ambientalistas desde a sua formulação.
No Tocantins, o Movimento dos Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), além de movimento das Mulheres Camponesas organizaram, ainda na tarde de ontem, um concentração em frente ao Colégio São Francisco e marcharam até a AL, aonde estão acampados desde ontem. “Nós estamos aqui em vigília pacífica, sem violência”, ressaltou uma das líderes do movimento, conhecida como “Zefa Doida”.
A manifestante ainda destacou que o novo Código Florestal irá atingir principalmente um dos biomas mais abrangentes do Tocantins, a Amazônia. “Com o novo código, o volume de reserva parte de 20% para 80% e isso não é bom principalmente para os camponeses”, completou.
A previsão é que o deputado José Roberto Forzani (PT) vá até os manifestantes para ouvir deles as demandas do movimento. Contudo, conforme explicou a trabalhadora rural, ainda não existe uma pauta determinada para a conversa. “Ainda não sabemos qual é a pauta. Foi ele (José Roberto) que nos chamou para conversar”, explicou.
Acampados
De acordo com representantes dos movimentos reunido em frente à AL, cerca de 480 pessoas estão desde ontem em Palmas, protestando contra a aprovação do novo código florestal. “Isso entre manifestantes, crianças, bebês, cozinheiros”, completou Zefa. No entanto, de acordo com a PM, o número é de cerca de 100 pessoas acampadas em frente a Casa de Leis.