A nota com ameaças aos parlamentares, enviada pelas associações dos Cabos e Soldados
(ACS/TO) e dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado do Tocantins
(ASPBMETO), e lida em Plenário, gerou novos comentários após a prisão dos militares
envolvidos na assinatura do manifesto. Durante a sessão desta terça-feira, dia
24, o assunto voltou a ser mencionado por deputados que consideraram a prisão
uma medida extrema, apesar de não concordarem com o inteiro teor da nota.
Para o deputado Eli Borges (PMDB), que afirmou discordar de alguns trechos do texto,
a livre expressão deve ser preservada e respeitada. “A forma como os militares
foram presos é que causou surpresa. Os autores não feriram as normas. O Comando
Geral é que está tentando fazer média com a Assembleia. Houve excesso”,
completou Eli.
Já o deputado José Roberto Forzani (PT) classificou a prisão dos militares de
“equivocada”. “Apesar de ter achado que a nota foi um erro, porém, em nenhum
momento me senti ameaçado”, disse. Ele adiantou ainda que o Parlamento não deve
mover nenhuma ação contra os autores já que tudo ocorreu dentro de um processo
de negociação.
Ao fazer coro aos colegas, o deputado Sargento Aragão (PPS) voltou a afirmar que
só discorda da ameaça contida no manifesto e que projetos como o do Estatuto da
Polícia Militar jamais deveriam ter sido aprovados do modo como foram. “Antes o
código de ética e a disciplina da tropa eram regidos através de decretos, agora
é Lei. Fica muito mais difícil de ser derrubada”. Mesmo assim, Aragão propôs
anistia aos militares que se encontram presos.
Por outro lado, o deputado José Bonifácio (PR) comentou que o Estatuto dos militares
é muito diferente do dos civis e que a nota foi autoritária, ameaçadora,
inoportuna e criminosa contra os representantes do povo. Segundo ele, o
manifesto foi o mais violento ataque que a Assembleia já recebeu em toda sua
existência e a Casa de Leis não pode aceitar este tipo de ameaça.
Finalizando, o presidente Raimundo Moreira (PSDB) adiantou que a Assembleia não
vai entrar no mérito das prisões, mas que “é questão institucional defender e
se posicionar a respeito dos ataques dirigidos aos membros da Casa”, garantiu.
(Dicom AL)