O que falar da apresentação do Grupo Balé Folclórico do Carmo que presenteou-nos no palco do Teatro Fernanda Montenegro, no Espaço Cultural José Gomes Sobrinho, o espetáculo de dança Jiquitaia?! Simplesmente uma festa! Sensacional! Saí com as mãos ardendo de tanto aplaudir, creio, da mesma forma da plateia que aplaudiu incessante cada ato. O espetáculo é muito rico em sua representação, pelas danças e cantos, das nuances culturais do nosso Estado do Tocantins. Tem de ser mostrado para o Brasil.
No final, a plateia que ocupou menos da metade das cadeiras do teatro foi convidada a participar das rodas de dança e ai foi festa total na batida das palmas e tambores.
Como eu disse ao professor Maykel Araújo, diretor e coreógrafo do espetáculo; agora é investir para melhorar a produção e mostrar ao Brasil.
Uma pena foi ver em plena quinta-feira de feriado da Proclamação da República a capital com os bares cheios e o teatro vazio. E olha que o valor cobrado foi apenas simbólico!
Não vi também nenhuma autoridade do Estado ou da capital prestigiando o espetáculo. Ou melhor! Nem seriam eles a prestigiar, teriam sido, isto sim, prestigiados pelo rico espetáculo de nossas tradições se tivessem comparecido.
A ausência destas autoridades que nunca se veem nos teatros de Palmas mostra bem certo nível cultural das mesmas.
Só para registro, e, aprofundando na digressão, na semana passada, na apresentação da peça de Zero a Ene, o teatro contou com apenas uma dúzia de gatos pingados. Pudemos assistir a peça no palco, junto aos atores que encenaram à nossa volta, assim como eu já havia presenciado no Espetáculo Pai e Filho, baseado na obra Carta ao Pai do celebre autor theco, Franz Kafka.
Apesar da pouca experiência dos atores na peça de 0 a N, naquela oportunidade, me deparei com um texto bastante reflexivo no aspecto existencial. Muito filosófico, a ponto de gerar angústia na busca por respostas.
Um fato pitoresco que ouvi de um ator dia destes foi que, ao distribuir panfletos de divulgação de uma peça, em um bar da cidade, um cidadão perguntou se se tratava de comédia. Diante da negativa o mesmo teria se mostrado desinteressado. Triste constatar que as pessoas não estão abertas a um a espetáculo reflexivo que as levem a pensar. Querem apenas gargalhar, talvez, de suas próprias fragilidades intelectuais. De todo mal, um bem, pelo menos os circos com a nobre arte dos palhaços devem ganhar público neste caso.
Voltando da digressão fica, portanto, a dica. Estão perdendo ótimas apresentações a preço de moedas. A apresentação do Grupo Balé Folclórico do Carmo é prova disto.