Parte do pacote de investimentos lançado pelo governo do Tocantins na última semana, a aquisição de equipamentos para o Instituto de Genética Forense do Estado agilizará investigações de crimes no Tocantins e possibilitará a troca de informações com bancos de dados de outros Estados. Ao todo, R$ 2 milhões estão sendo destinados ao Instituto para a aquisição de equipamentos laboratoriais, mobiliário e informática. Atualmente amostras de DNA de crimes cometidos no Tocantins são encaminhadas para laboratórios forenses de outros Estados para as análises, dificultando o processo de investigação.
De acordo com o diretor do Departamento de Polícia Técnico-Científica, Nelson Tavares Guimarães, os investimentos no laboratório forense são meta do governo do Estado para a área da Segurança Pública. “O governo do Estado, por meio de um financiamento junto ao Banco do Brasil, conseguiu nos liberar R$ 2 milhões para a aquisição de equipamentos. O valor é suficiente para os equipamentos que faltam”, completou.
Conforme o diretor, como o Estado ainda não conta com todos os equipamentos para as análises de DNA, quando necessário, os peritos responsáveis levam as amostras para laboratórios conveniados em outros Estados. “Hoje nós temos convênio com Goiás, em breve nós teremos com Mato Grosso e, eventualmente, quando precisamos, encaminhamos (as amostras) para Brasília”, explicou.
Conforme a diretora do Instituto de Genética Forense, a perita Patrícia Bonilha, a necessidade de agendamento para análises em outros laboratórios causa demora na continuidade de investigações que necessitam dessas análises. “Nós estamos desacomodados de estrutura e estamos sujeitos ao encaixe de disponibilidade. Quando o Estado (conveniado) se dispõe a nos atender, ele não aceita que enviemos apenas a amostra. Um perito deve acompanhar para as análises. E eles não aceitam todas as nossas demandas, porque têm as deles também”, frisou.
A diretora do IGF explicou que, diferentemente de análises de DNA para a definição de paternidade, por exemplo, as análises de amostras retiradas em cenas de crime são danificadas e mais difíceis de serem analisadas. “Independente de onde este material biológico esteja impregnado, seja em estofados, vestimentas, em armas brancas ou de fogo, nós precisamos determinar a origem”, destacou.
Desta forma, o valor destinado no pacote de investimentos do governo do Estado, irá possibilitar a aquisição dos equipamentos necessários para as análises de DNA. A perita afirmou que acredita num aumento da demanda por análises genéticas com a complementação do “parque tecnológico” no Instituto de Genética Forense, mas que mesmo assim, as investigações serão otimizadas. “Vai dar celeridade nos processos. Além disso, vamos colocar o Tocantins numa realidade nacional. Existem estados que interligam seus bancos de dados genéticos para cruzamento de informações sobre crimes”, pontuou. (ATN)