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Palmas

Foto: Divulgação

Em consequência da audiência pública realizada na quinta-feira, 18, pela Defensoria Pública do Estado do Tocantins com participação do Ministério Público Federal no Tocantins, o Município de Palmas assumiu relevantes compromissos para que seja encontrada resolução pacífica e adequada referente à desocupação dos conjuntos habitacionais inconclusos e abandonados, integrantes do acervo patrimonial do município, situados às quadras 1.304 Sul e 1.306 Sul. Também participaram da audiência, realizada no local das ocupações, representantes do Centro de Direitos Humanos de Palmas e da Secretaria Municipal de Habitação.

Após as deliberações, foi encaminhado que o Município de Palmas, por intermédio da Secretaria de Habitação, proceda a aferição dos cadastros confeccionados pelo Departamento de Serviço Social da Defensoria Pública Estadual referente às famílias alocadas nos dois conjuntos habitacionais, buscando distinguir os candidatos a beneficiários que preencham o perfil de vulnerabilidade social. Também deve ser apresentada lista de candidatos por conjunto habitacional, para que as famílias cadastradas saibam onde receberão suas moradias.

O Município de Palmas deve apresentar até o dia 25 de setembro um plano para o eventual remanejo das famílias no qual conste o valor do aluguel social a ser pago às consideradas hipervulneráveis e o prazo máximo para a conclusão dos conjuntos que garantirão o direito constitucional à moradia aos que preencherem os requisitos legais.

Também foi encaminhado que o Município de Palmas observe a posição da Defensoria Pública Estadual e do Ministério Público Federal e regulamente a instituição do aluguel social por intermédio de projeto de lei a ser remetido ao Legislativo Municipal em caráter de urgência. O Município também deve informar se foi instaurado procedimento administrativo para apurar eventuais danos ao erário e enriquecimento ilícito que tenha sido praticado na gestão da obra.

Durante a audiência, o defensor público Arthur Luiz Pádua Mendes enfatizou a atuação articulada das Defensorias Públicas do Estado e da União e dos Ministérios Públicos Federal e Estadual para que se busque a resolução definitiva para a situação das famílias ocupantes e a apuração das responsabilidades pela eventual má utilização dos recursos públicos. A defensora Luciana Oliani Braga destacou a importante postura do juízo da Vara dos Registros Públicos da Comarca de Palmas, que antes de conceder liminar referente à ação de reintegração de posse, designou audiência de tentativa de reconciliação.

O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Fernando Antonio Alves de Oliveira Júnior, destacou que o direito à moradia é por ele reputado como dos mais importantes direitos sociais elencados pela Constituição Federal e que os cidadãos que lutam por uma moradia popular devem estar abertos ao diálogo com o poder público municipal, necessário para o atendimento dos pleitos.

A audiência de Justificação está marcada para o dia 25 de setembro, quinta-feira, na 1ª Vara da Fazenda Pública. (Ascom MPF)