Intelectuais e ativistas de movimentos sociais brasileiros que apoiaram a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), integram a lista dos contra a nomeação da senadora Kátia Abreu ao cargo de ministra da Agricultura. Liderado pelo economista Luiz Gonzaga Belluzzo, pelo líder do MST, João Pedro Stédile e pelo Teólogo, Leonardo Boff, em manifesto apontam como uma regressão os rumores da indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu para os ministérios da Fazenda e da Agricultura, respectivamente.
A Folha de São Paulo publicou na tarde de sexta-feira, 21, que Kátia foi convidada para ocupar o Ministério e teria aceitado o convite. Após a divulgação, alguns movimentos foram criados e, inclusive, petições com milhares de assinaturas foram elaboradas em demonstração de desagrado ao convite. Uma das petições é liderada pelo Movimento Brasil Pelas Florestas e realizada pela Avaaz – Rede Mundial de Ativismo Virtual- a qual até às 10h30min desta quarta-feira, 26, já havia colhido mais de 20 mil assinaturas em petição.
No último sábado, 22, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) invadiu no interior do Rio Grande do Sul, uma fazenda de cultivo de milho em protesto contra a eventual nomeação da senadora.
O manifesto dos intelectuais brasileiros já conta com mais de 60 mil assinaturas e também conta com a colaboração de André Singer, que foi porta-voz do ex-presidente Lula, pelo petista Valter Pomar, da corrente Articulação de Esquerda, minoritária no partido, e por entidades como MST e Rede Ecumênica da Juventude
Os intelectuais afirmam que a presidente Dilma parece levar mais em conta as forças cujo representante derrotou do que dialogar com as forças que a elegeram. “Os rumores de indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu para o Ministério sinalizam uma regressão da agenda vitoriosa nas urnas. Ambos são conhecidos pela solução conservadora e excludente do problema fiscal e pela defesa sistemática dos latifundiários contra o meio ambiente e os direitos de trabalhadores e comunidades indígenas”, diz o manifesto.
No Tocantins
Prefeito Amastha
O prefeito Carlos Amastha (PP) usou sua rede microblog twitter na segunda-feira, 24, para se manifestar contra um abaixo-assinado contra a nomeação da senadora Katia Abreu (PMDB) no Senado que o Movimento Brasil pelas Florestas está encabeçando.
Amastha garantiu que não mistura divergências políticas com questões de Estado. “Aos mais desavisados. Não endosso abaixo-assinado para impedir a nomeação de um ministro do Tocantins. Divergências não mistura com o Estado”, disse numa sinalização de que é favorável à indicação de Katia.
PT no Tocantins
Em entrevista ao Conexão Tocantins, o presidente estadual do partido Julio Cesar Brasil (PT) frisou que o PT no Tocantins está torcendo para que o convite se concretize. "Estamos conversando com o PT nacional e estivemos com a Katia. Nós do Tocantins estamos torcendo para que o convite se concretize porque o Tocantins ganha com isso. O Brasil vai ter mais uma mulher fazendo gestão num setor importante e nós do PT vamos ter a oportunidade de estar no Senado por um tempo”, disse. O suplente de Katia é o petista histórico e um dos maiores expoentes da legenda no Estado, Donizeti Nogueira (PT).
O prefeito de Colinas, José Santana Neto, disse ao Conexão Tocantins que para o Estado é importante ter uma representante como ministra no Governo Federal. "É uma aliada que foi eleita no nosso grupo", complementou.
O deputado estadual do PT, José Roberto Forzani reforçou em entrevista ao Conexão Tocantins que também está na expectativa. “A senadora representa o setor do agronegócio e o ministério sempre teve indicação do agronegócio. Os trabalhadores esperam muito que o Donizeti assuma o Senado e o Estado tem muito a ganhar. Vamos ficar satisfeitos e com certeza vai ser um grande reforço pra luta dos mais humildes do Estado”, afirmou.
A senadora Katia Abreu não comentou ainda a cotação de seu nome para o Ministério. Ela é também presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária- CNA. (Com informações adicionais O Globo)