Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Polí­tica

Foto: Divulgação

Pouco a pouco, a campanha da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) contra o caixa 2 e pela defesa dos voto consciente nas eleições municipais vai ganhando respaldo e apoio da sociedade. Na manhã desta sexta-feira, 26 de fevereiro, o presidente da OAB-TO, Walter Ohofugi, o arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito Guimarães, o presidente da Acipa (Associação Comercial e Industrial de Palmas), Kariello Coelho, e o membro e cofundador do MCC (Movimento de Combate a Corrupção), juiz Marlon Reis, concederam entrevista coletiva para lançar a campanha e detalhar como será a atuação conjunta das instituições.

Todos convocaram a sociedade e a população a ajudar na campanha, que busca fazer com que as eleições deste ano sejam as mais limpas da história do Brasil e do Estado. A ideia é buscar o respaldo e a participação de mais entidades para que, assim, a campanha atinja o maior número de pessoas possíveis e consiga alcançar seus objetivo – impedir que dinheiro irregular financie as eleições de prefeitos e vereadores no Estado e fazer com que o eleitor valorize seu voto, avaliando muito bem o candidato antes de confirmar a escolha.

“Como o nosso presidente nacional, Cláudio Lamachia, costuma dizer: o voto não tem preço, tem consequência”, ressaltou Ohofugi, ao destacar que após a proibição do financiamento privado de campanha, o combate ao caixa 2 é o segundo grande passo para impedir que o dinheiro seja decisivo na eleição.

“Temos que trabalhar para impedir que a eleição não seja um espetáculo de marketing. O eleitor tem que escolher pela capacidade do candidato e pelo histórico, não pelos investimentos em campanha”, salientou.

A ideia é que a seccional da OAB em Palmas, as 14 subseções do interior, as mais de 150 paróquias (32 na região Arquidiocese de Palmas), a própria Acipa e as associações comerciais do interior sejam transformadas em comitês para receber denúncias de corrupção eleitoral e caixa 2. Após analisadas, essas denúncias serão encaminhadas à PRE (Procuradoria Regional Eleitoral), à autoridade policial ou até mesmo à Justiça.

União

Na entrevista coletiva, o presidente da Acipa, Kariello Coelho destacou a união de todos como muito positiva e ressaltou que a grande maioria dos empresários não aguenta mais pagar a conta de governos que fazem gestões comprometidas em devolver o dinheiro ilegal que recebeu nas campanhas. “O empresário quer administrações sérias. Essa campanha tem todo o nosso apoio e tenho certeza que as associações comerciais do interior também vão apoiar”, destacou.

Por sua vez, o arcebispo Dom Pedro salientou que não é novidade para a igreja trabalhar em questões que possam efetivamente ajudar a sociedade. “A igreja teve um papel muito importante na aprovação do projeto Fica Limpa. Demos suporte em todo o Estado e conseguimos as maiores mobilizações. Não poderia ser diferente agora”, frisou o religioso.

Já Marlon Reis afirmou que a união das instituições foi fundamental para o sucesso da Lei Ficha Limpa e do fim das doações privadas em campanhas eleitorais, ambos projetos respaldados pela OAB e pela Igreja Católica. “Temos avançado muito nos últimos anos. Só a Lei Ficha Limpa barrou três ex-governadores na eleição passada, dos quais dois estão presos hoje e um tem mandado de prisão contra si”, salientou o magistrado, que hoje atua em João Lisboa (MA), município próximo a Imperatriz e localizado a 640 quilômetros de São Luís.

Nos próximos dia, o presidente da OAB-TO vai conversar com os responsáveis pelas dioceses do interior do Estado, com  o objetivo de fortalecer os ajustes da campanha.