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Polí­tica

Fábio Martins em depoimento à CPI do Previpalmas (reprodução Youtube)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores de Palmas que investiga aplicações do Previpalmas ouviu nesta quarta-feira, 21, o ex-diretor de Investimentos do instituto Fábio Martins.

Em quase duas horas de depoimento o ex-diretor disse aos vereadores que não foi o responsável por autorizar as aplicações de R$ 20 milhões no fundo Tercon e R$ 30 milhões no Cais Mauá. Segundo ele, todos os ritos administrativos e legais da parte de sua diretoria foram seguidos, como o credenciamento das instituições financeiras e parecer do mercado.

Quando questionado sobre possíveis irregularidades nas aplicações realizadas, Martins disse que não pode afirmar nada uma vez que o fato está sendo investigado. “Eu não posso afirmar nem deixar de afirmar isso porque está sendo apurado”, disse. “A princípio creio que tenham sido seguidos todos os riscos”, completou.

Após a polêmica das supostas aplicações irregulares do Previpalmas, Fábio Martins foi o único servidor do órgão exonerado pelo ex-prefeito Carlos Amastha (PSB). Durante o depoimento o ex-diretor disse que soube de sua demissão por um vídeo gravado pelo ex-prefeito e divulgado em redes sociais e afirmou que não acredita que sua exoneração tenha se dado em razão das aplicações realizadas nos fundos investigados. “Acredito que não, não tenho nenhum motivo pra isso”, Afirmou.

A sessão desta quarta foi a primeira na qual todos os parlamentares puderam fazer perguntas diretamente às testemunhas. O parecer foi aprovado na última terça-feira, 20, sob protestos do presidente da CPI, Júnior Geo (PROS) e o membro da CPI Gerson Alves (PSL), que foram contrários.

Na sessão de ontem Geo fez questão de repetir seu voto contrário e citou a Lei Orgânica do Município de Palmas, Regimento da Câmara e Lei das CPIs para justificar suas razões. “Admitir que todos os vereadores façam questionamentos diretos às testemunhas seria afugentar a própria razão de existir destas comissões, pois, se fosse permitida, não haveria necessidade alguma de se formar uma comissão com essa finalidade”, declarou.

Ex-diretora

Nesta quarta a CPI também ouviu a ex-diretora de Administração e Finanças do Previpalmas, Marineide Santana Pereira. Servidora de carreira do município de Palmas, Pereira era responsável por assinar transferências financeiras realizadas pelo instituto. Entretanto, as aplicações nos fundos Tercon e do Cais Mauá não tinham sua assinatura.

A ex-diretora afirmou que desconhece os motivos pelos quais estas transferências não teriam passado por sua supervisão. “não sei dizer se houve irregularidades, mas no teor do cargo que ocupava consta que eu deveria assinar as transferências financeiras", afirmou.

Depoimentos

Ainda são aguardados os depoimentos do ex-secretário de finanças de Palmas, Christian Zini, e do ex-presidente do Previpalmas, Maxcilane Fleury.

De acordo com o membro da CPI do Previpalmas, vereador Gerson Alves (PSL), Zini pediu mais uma vez prorrogação do prazo para se apresentar. “Ele pediu pra prestar depoimento no dia 28 de novembro e nós decidimos aprovar porque ele não está se escondendo e está dando alguma justificativa”, ressaltou Alves.

Já o ex-presidente Maxcilane Fleury deverá prestar depoimento sob condução coercitiva, já que as tentativas de intimá-lo via oficial de justiça não tiveram sucesso. Na sessão de ontem os vereadores aprovaram que Fleury compareça também no dia 28 sob força judicial.

Os trabalhos da comissão continuam nesta quinta-feira, 22. Serão ouvidos o gerente geral da Caixa Econômica Federal, Paulo Cesar Gonçalves da Silva, e o gerente de Atendimento e Negócios da Caixa Econômica Federal, Olivier Leal Pires.