O deputado estadual Delegado Rérisson (DC) conversou com a reportagem do Conexão Tocantins nesta quinta-feira, 31, e comentou o impasse gerado devido à apresentação de seu requerimento com anteprojeto de lei solicitando ao Governo do Estado regulamentação da Carreira Jurídica dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins, através de Lei Complementar de iniciativa do Executivo Estadual.
Desde que o requerimento foi incluído na pauta de votação no último dia 23, os parlamentares têm esvaziado a sessão para não votar a matéria. Rérisson confirmou o “boicote” que tem sofrido, “Existe sim uma dificuldade de alguns deputados de votar. É apenas um requerimento, não vejo motivo pra tudo isso”, disse.
O teor do requerimento de Rérisson assemelha-se a um outro requerimento apresentado pela deputada Luana Ribeiro (PSDB), no dia 2 de outubro. O deputado chegou a dizer em plenário que a colega sequer estava na Casa quando o requerimento dela foi apresentado.
Segundo o regimento da Assembleia Legislativa do Tocantins (AL), no caso de dois requerimentos de mesmo teor, aquele apresentado por último restaria prejudicado. Mas Rérisson defende que as matérias não são semelhantes. “O da Luana traz algumas garantias, o nosso é mais amplo, então não são iguais, é tanto que o presidente resolveu colocar em votação”.
Desde então os parlamentares têm registrado presença no painel eletrônico da Casa no início da sessão, mas quando se aproxima o momento de votar a ordem do dia, o plenário é esvaziado, restando apenas alguns poucos deputados em número insuficiente para que haja quórum.
Especula-se que o esvaziamento do plenário tenha sido articulado pelos governistas Ricardo Ayres (PSB) e Olyntho Neto (PSDB), diante da possibilidade de que Rérisson deixasse a Assembleia Legislativa no próximo dia 4 de novembro. Ele é suplente do deputado Ivory de Lira (PPL). Com isso, a matéria só seria votada depois que o suplente desocupasse a vaga.
No entanto, Rérisson afirmou que pretende continuar no cargo. “É um alinhamento nosso, da nossa coligação, que eu tenha até um ano de mandato. Eu posso usar de maneira intercalada ou um mandato direto. E, por ora, eu decidi que vou ficar direto no cargo. Então, ou eles votam a matéria, ou trancam a pauta por um ano”, encerrou.