O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, assinou na tarde desta segunda-feira, 20, um Termo de Cooperação Técnica com o Instituto Espinhaço – biodiversidade, cultura, desenvolvimento socioambiental – que visa criar um programa de conservação do solo e geração de água no Tocantins. O objetivo é, em um primeiro momento, realizar na região da Ilha do Bananal, que envolve os rios Javaés e Formoso, um projeto demonstrativo, com perspectiva de um programa estadual.
O governador Carlesse lembrou que a redução de chuvas na região é preocupante e mesmo com poucos recursos, tem feito muito pela área ambiental. “A preservação ambiental é nossa preocupação e defendemos a produção com sustentabilidade. O Rio Javaés está completamente assoreado e temos que fazer alguma coisa para reverter essa realidade, portanto, os bons projetos para o setor ambiental sempre terão o nosso apoio”, frisou.
“Esse projeto pode se desdobrar em um programa estadual de revitalização de bacias hidrográficas, que, além de fornecer água em quantidade e qualidade para as cidades, vai fortalecer o ambiente produtivo do agronegócio, que hoje sobre revés com a diminuição das chuvas nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil”, explicou o presidente do Instituto Espinhaço, Luiz Oliveira.
Ele explicou ainda que em quatro meses deverá ser entregue o projeto conceitual para a região do Rio Formoso e do Rio Javaés, sem nenhum custo para o Governo do Tocantins e a proposta é também de viabilizar os recursos para a execução dos programas a serem executados. “A ideia é de viabilizar o projeto financeiramente por meio de parcerias entre o Governo do Tocantins e o Governo Federal, por meio do Programa Nacional de revitalização de Bacias, além da possibilidade de buscar apoio e suporte de recursos internacionais, já que o Estado está inserido na região Amazônica, além dos grandes proprietários rurais, que manifestarem interesse em cooperar com a iniciativa”, ressaltou Luiz Oliveira.
O titular da pasta do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Renato Jaime, explicou que o projeto, inicialmente será voltado para salvar o Rio Javaés, que em uma extensão de mais de 60 quilômetros fica seco por um período de nove meses. “O grande desafio nosso é salvar o Javáes com o aumento do nível de água do Rio Araguaia, que começa em Goiás. Ouve o assoreamento e é intenção do governador Mauro Carlesse de iniciar um projeto para salvar o Rio Javaés e, automaticamente, a Ilha do Bananal”, disse.
O Instituto
O Instituto Espinhaço é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que tem como objetivo contribuir com ações que promovam e valorizem a afirmação territorial, o fortalecimento dos serviços ecossistêmicos, o apoio à educação ambiental e ao fortalecimento de capacidades e a promoção de novas práticas para o desenvolvimento sustentável no meio rural e nas cidades, com foco em resultados objetivos, práticos e palpáveis para a sociedade.
O Instituto está presente em 13 países e oito estados brasileiros. Trabalha com propostas, projetos e ações integradas com inovação, voltadas para o desenvolvimento humano, econômico e socioambiental, em sintonia com a recuperação dos serviços ecossistêmicos, a valorização da cultura brasileira e o desenvolvimento de alternativas inteligentes para as pessoas e os territórios, visando uma cultura de paz e equidade social.
Rio Javáes
É um braço do rio Araguaia, que forma a Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. O Rio é formado por uma bifurcação do Rio Araguaia ainda no estado de Goiás, no município de São Miguel do Araguaia, limite dos estados de Goiás e Tocantins por aproximadamente 60 Km, até a Foz do Rio Verde. O Javaés tem apresentado redução do volume de água nos últimos anos, com grandes prejuízos e impactos ambientais ao ecossistema.
Pátria Amada Mirim
Ainda na tarde desta segunda-feira, o governador Mauro Carlesse recebeu um grupo de empresários e representantes de bancos. O objetivo foi apresentar o projeto Pátria Amada Mirim (PAM), que tem como objetivo capacitar crianças e adolescentes da rede pública de ensino para os desafios da sustentabilidade e promover a formação consciente e cidadã por meio da educação ambiental.
O governador explicou que quer despertar nas crianças a cultura da sustentabilidade. “A educação é a base de tudo e o que queremos é o apoio das e instituições e da iniciativa privada nesse projeto, que é muito importante para o Tocantins e para o Brasil”.
O projeto será executado por etapas, até contemplar os 25 mil alunos e 139 municípios no período de três anos.
A execução do Pátria Amada Mirim é intersetorialmente entre as secretarias do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e de Educação, Juventude e Esportes (Seduc); com a parceria do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar (CBPM) e a Polícia Militar do Tocantins (PM). O programa contará, ainda, com o apoio das parcerias institucionais do Governo Federal, por meio dos ministérios do Meio Ambiente e Educação e investimentos privados, por meio do Fundo Pátria Amada.